Cassinos piratas estão com instabilidade no PIX
- Frederico Aranha
- 14 de jul.
- 5 min de leitura
Atualizado: 18 de set.
Cassinos ilegais enfrentam colapso financeiro no Brasil em meio à ofensiva de bancos e reguladores
O mercado de apostas ilegais no Brasil — que segundo o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) pode representar mais de 60% de toda a atividade de jogos online no país — está atravessando uma de suas maiores crises operacionais. Casas de apostas sem licença, especialmente as controladas por grupos estrangeiros e popularmente conhecidas como "cassinos chineses", estão enfrentando bloqueios generalizados em seus fluxos financeiros, tanto para saques quanto para depósitos, desde o dia 7 de julho.

A instabilidade persiste até hoje, 15 de julho, e deve se prolongar. Em diversos fóruns e grupos de apostadores, reclamações sobre saques pendentes e depósitos não compensados se multiplicam, indicando que o sistema de pagamentos dessas operadoras está ruindo. Essa nova fase reflete um cerco crescente promovido por instituições bancárias, reguladores e o próprio mercado legalizado de apostas — que passou a disputar abertamente os mesmos usuários.
A lei está clara: casas piratas não podem operar
Desde a sanção da Lei nº 14.790/2023, em dezembro passado, o Brasil passou a contar com um marco regulatório claro sobre as apostas de quota fixa. E um de seus pilares é justamente a proibição da operação de casas não licenciadas no território nacional. O artigo 35 da norma é explícito:
“Fica vedada a atuação no território nacional de agente operador de apostas que não possua autorização concedida pelo Ministério da Fazenda.”
Ou seja: qualquer casa que aceite apostas de brasileiros sem estar registrada e aprovada pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF) está atuando à margem da legalidade — e exposta a ações tanto civis quanto penais.
Banco Central e IPs: a mira está nas Instituições de Pagamento
Em complemento à atuação normativa da SPA/MF, o Banco Central do Brasil tem assumido um papel central na repressão às operações financeiras dessas casas ilegais. A estratégia é atacar um dos principais gargalos das plataformas: o meio de pagamento. A atuação se dá em dois níveis:
Suspensão de IPs (Instituições de Pagamento) que operam com casas piratas;
Bloqueio de transações via PIX associadas a contas laranjas ou suspeitas de movimentar recursos de jogos não regulamentados.
A reportagem do Portal já havia antecipado neste artigo que a estratégia de estrangulamento financeiro está sendo conduzida silenciosamente pelos bancos e pelo Banco Central — e agora seus efeitos colaterais começam a aparecer para milhares de usuários de cassinos ilegais.
Bancos também querem o mercado de bets — e agora atacam os concorrentes
A ofensiva contra os operadores ilegais não se resume à repressão passiva. Grandes bancos brasileiros estão lançando suas próprias casas de apostas ou firmando parcerias com operadores regulamentados. Isso significa que, além de vetar o acesso de concorrentes ilegais às suas infraestruturas de pagamento, os bancos passaram a disputar ativamente o público apostador — inclusive buscando exclusividade nos contratos de transferência e consumo de crédito.
Em apuração anterior do Portal, revelamos como instituições bancárias têm pressionado operadoras regulamentadas a adotar modelos de intermediação financeira, como transferências por meio de consumo de crédito, que favorecem seus próprios produtos.
Se até casas com autorização sofrem pressão para operar dentro das amarras bancárias, o cenário para as plataformas ilegais é ainda mais desastroso. Sem IPs confiáveis, sem suporte de adquirentes nacionais, e agora com repressão direta aos PIX de laranjas, o modelo pirata está perdendo seu último oxigênio financeiro visto que bancos estão agressivamente suspendendo tais contas - ainda mais quando ligadas aos cassinos piratas.
Assalto aos cassinos chineses é uma suspeita
Há indícios de que os gateways de pagamento ilegais utilizados por cassinos piratas de uma certa organização, que por razões de segurança pessoal e da minha equipe não posso divulgar qual é, foram invadidos e saqueados. O dinheiro armazenado nestes gateways foi transferido para terceiros, o que causou também falhas generalizadas nas empresas que operavam com tais gateways - corroborando os problemas enfrentados por tais operadores ilegais.
Jogadores sofrem, mas cassinos piratas não têm mais margem
Para os jogadores que ainda utilizam essas plataformas, a situação é clara: os riscos aumentaram, os pagamentos falham e o suporte praticamente inexiste. A cada semana, surgem novos relatos de cassinos ilegais que somem do ar, alteram domínios ou simplesmente deixam de responder a seus clientes.
Ao mesmo tempo, não há qualquer garantia institucional para quem mantém saldos ou prêmios em operadoras não autorizadas. Ao contrário das casas licenciadas pela SPA/MF — que estão sujeitas a regras claras de proteção ao consumidor, segregação de contas e auditoria de jogos — os cassinos piratas funcionam à margem de qualquer obrigação regulatória.
E com o avanço da fiscalização, a tendência é clara: o sistema vai colapsar. Não há perspectivas técnicas, regulatórias ou financeiras de que essas plataformas consigam manter a operação normal diante do bloqueio de contas, da queda de IPs e do ataque coordenado ao sistema de PIX.
O fim da era do “cassino chinês”?
As chamadas "casas chinesas", como foram apelidadas no mercado underground, dominaram o cenário entre 2022 e meados de 2025 por seu poder de fogo em bônus, agressividade em campanhas e desprezo total às regras brasileiras. No entanto, essas mesmas características agora se tornam sua ruína.
O que antes era uma vantagem competitiva virou uma exposição fatal: sem licenças, sem compliance, sem contratos estáveis, essas casas não conseguem reagir à nova fase do mercado.
O Brasil entra, agora, em uma fase onde a repressão deixou de ser discurso e virou mecanismo de mercado. Bancos, governo e operadores licenciados estão alinhados — ainda que por interesses distintos — em estrangular as operações não autorizadas.
Conclusão: O colapso financeiro dos cassinos ilegais é apenas o começo
Se por um lado o colapso das casas piratas é uma vitória para o processo de regulamentação, por outro revela a necessidade urgente de educação dos jogadores, que ainda são atraídos por promessas ilusórias de altos bônus e retornos irreais.
No novo cenário brasileiro, não basta oferecer um bom jogo: é preciso estar dentro da lei. E para quem insiste em operar à margem dela, o destino já está traçado — bloqueio, abandono e inadimplência.
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