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VBET Brasil enfrenta denúncias trabalhistas, calote e censura interna

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 29 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 29 de set.

Ex-funcionários relatam abandono, violações de direitos e tentativas de silenciar

reclamações nas redes sociais.



O dia 15 de abril de 2025 poderia ter sido apenas mais uma manhã comum para os colaboradores da Atomos, empresa que prestava serviços para a VBET Brasil. No entanto, foi nessa data que mais de 100 trabalhadores receberam, de maneira fria e genérica, um e-mail de desligamento coletivo.


À primeira leitura, o comunicado parecia seguir o tom padrão de empresas em reestruturação: agradecimentos formais, reconhecimento pelos serviços prestados e orientações para encerramento de atividades. Nenhuma menção a prazos de pagamento, exames demissionais ou orientações sobre o processo de acerto final. Apenas um corte abrupto, seguido de um "obrigado" vazio e, a partir dali, o silêncio.


O que se seguiu foi uma sucessão de erros, omissões e negligências que agora colocam a VBET Brasil e Atomos no centro de uma das mais graves denúncias trabalhistas recentes no setor de apostas online.


Carta de demissão Vbet
Carta de demissão Vbet

VBET Brasil é alvo de denúncias trabalhistas: Prazos descumpridos e direitos ignorados


De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as verbas rescisórias devem ser quitadas até o décimo dia após o término do contrato. No caso dos demitidos em 15 de abril, o prazo expirou em 25 de abril de 2025.


Passados vários dias, dezenas de ex-funcionários relatam que não receberam absolutamente nada: nem verbas rescisórias, nem férias proporcionais, nem liberação de documentos para o seguro-desemprego. Não houve baixa nas carteiras digitais, nem qualquer comunicação formal.


Entre os demitidos há gestantes, mães em licença-maternidade e trabalhadores em férias. Todos deixados sem respostas ou garantias mínimas.


Uma ex-funcionária, demitida no meio do período de férias, descobriu que estava grávida pouco depois da comunicação de desligamento. Segundo relatos, ela tentou contato por e-mail e telefone diversas vezes, mas nunca obteve resposta da empresa. “Sumiram completamente”, conta um colega próximo à situação.

Além disso, relatos apontam que muitos trabalhadores sequer foram chamados para a realização dos exames demissionais obrigatórios.


Relato de demissão Vbet
Relato de demissão Vbet

Relato de demissão Vbet
Relato de demissão Vbet

Tentativas de denúncias sufocadas


Sem respostas internas, ex-funcionários passaram a usar as redes sociais para expor o descaso, especialmente no Instagram da VBET Brasil, onde publicações promocionais seguiam normalmente.


Denúncias em mídias sociais da Vbet
Denúncias em mídias sociais da Vbet

As manifestações, no entanto, foram rapidamente apagadas.


“A gente comentava, e em menos de uma hora o comentário sumia”, relata uma ex-colaboradora.

Sem espaço nos canais oficiais, os trabalhadores recorreram a grupos no LinkedIn, fóruns profissionais e até páginas de terceiros, como as do Botafogo — clube patrocinado pela marca — para trazer visibilidade ao caso.


Crise já dava sinais internos


Desde março, problemas financeiros eram percebidos dentro da Vbet. Salários, antes pagos no primeiro dia útil, começaram a atrasar. O vale-alimentação, tradicionalmente depositado no último dia do mês, também deixou de ser creditado.


Segundo relatos internos, em reuniões de crise a Atomos teria afirmado que a VBET Brasil atrasava os repasses, o que comprometia toda a operação financeira.


Para muitos, o desligamento em massa foi apenas o desfecho de um processo de deterioração já em curso.


Denúncia de atraso na Vbet
Denúncia de atraso na Vbet

Impactos jurídicos inevitáveis


Violação de direitos trabalhistas.


O não pagamento das verbas rescisórias dentro do prazo legal implica multa equivalente a um salário, além de outras infrações. Especialistas ouvidos apontam possíveis consequências jurídicas, como:


  • Ações coletivas por danos morais;

  • Denúncias por descumprimento de estabilidade de gestantes;

  • Descumprimento de obrigações legais (exames demissionais e documentação);

  • Responsabilização solidária entre Atomos e VBET Brasil.

“Trata-se de um conjunto de ilegalidades que atinge frontalmente a dignidade dos trabalhadores”, afirma um advogado trabalhista envolvido no caso.

artigo interna vbet


Relatos de desrespeito e assédio moral


Além das questões trabalhistas, ex-funcionários relatam episódios de desrespeito no ambiente corporativo.


“A forma como tratavam os brasileiros era extremamente grosseira e desrespeitosa. Além disso, a pressão psicológica era constante, configurando assédio moral em diversas situações.” relata ex-colaboradora.

assedio interno vbet
Assedio interno na Vbet

Histórias pessoais e desamparo completo


Entre os prejudicados, há quem perdeu o plano de saúde no meio de tratamentos médicos devido à ausência de documentação do desligamento. Outros perderam o acesso ao seguro-desemprego e ficaram sem nenhuma fonte de renda em um momento delicado.


“Até março, dependia do vale-alimentação para colocar comida em casa. Em abril, sumiu e fui demitida. E até agora não consegui receber meus direitos”, relata outra ex-funcionária.


Silêncio institucional


Desde o desligamento, nenhuma manifestação oficial foi feita pela Atomos ou pela VBET Brasil. Enquanto isso, os canais de marketing continuam promovendo campanhas como se nada tivesse ocorrido.


O contraste entre o marketing ativo e o silêncio diante das denúncias amplia a sensação de abandono entre os ex-trabalhadores.


Patrocínios na berlinda


Clubes patrocinados pela VBET Brasil, como o Botafogo, já são pressionados a rever seus contratos de patrocínio. Nas redes sociais do clube, a quantidade de comentários cobrando posicionamento só aumenta.


Ex-funcionários contatam o Botafogo en tentativa de apoio.
Ex-funcionários contatam o Botafogo en tentativa de apoio.

Até o momento, o Botafogo não se pronunciou sobre o caso.


Ações judiciais em andamento


Grupos de ex-funcionários estão se organizando para acionar a Justiça. Denúncias já foram enviadas ao Ministério do Trabalho, e novas ações coletivas devem ser protocoladas em breve.


“Eles podem até apagar comentários, mas não vão apagar a história. Nem o que fizeram conosco”, resume uma ex-colaboradora.

Nota do Editor


Alguns relatos apresentados neste material são baseados em depoimentos de ex-funcionários. Para preservar a imparcialidade, procuramos separar fatos comprovados (como o não pagamento das verbas rescisórias no prazo legal) de percepções relatadas sobre o ambiente de trabalho. A reportagem permanece aberta para atualizações caso as empresas envolvidas decidam se manifestar.



Atenção

Jogue com moderação e dentro de suas possibilidades. O jogo é uma forma de lazer, não uma solução financeira.

© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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