Justiça obriga Bet365 a reativar conta de jogador bloqueado sem motivo
- Fred Azevedo
- 6 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 10 de jun.
Numa decisão rara — mas que pode ser só a ponta do iceberg — a Justiça brasileira determinou que a Bet365 reative a conta de um apostador bloqueado de forma unilateral e, segundo o juiz, abusiva.
O processo (nº 5009175-47.2025.8.13.0024), movido por um jogador que teve sua conta encerrada após obter bons lucros, expõe o que milhares de usuários vêm denunciando há anos: as casas de apostas estão fechando contas de quem ganha com frequência, muitas vezes sem aviso, sem explicação e sem qualquer possibilidade de defesa.
Diferente de tantos casos que terminam em silêncio, acordos extrajudiciais ou processos sob sigilo, dessa vez houve sentença clara, com condenação — e com nome e sobrenome: Bet365.
A sentença que obrigou a Bet365 a reativar a conta de um jogador brasileiro não é apenas uma vitória individual — é uma ruptura no silêncio institucional que pairava sobre os bloqueios arbitrários nas plataformas de apostas. Pela primeira vez registrada de forma pública, a Justiça obriga a Bet365 a reativar a conta de um jogador que vinha sendo penalizado simplesmente por vencer com frequência. E isso muda o jogo para todos.
Bloquear porque ganhou? Não cola mais.
O juiz foi direto: a cláusula que permitia o encerramento “a critério exclusivo da empresa” sem justificativa razoável fere os princípios da boa-fé, do equilíbrio contratual e do direito à informação, todos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Além da reativação da conta, a Bet365 foi condenada ao pagamento de danos morais — reparando, ao menos em parte, o impacto emocional e financeiro causado pela exclusão injusta.
Mas vamos deixar uma coisa clara: esse não é um caso isolado.
Cresce o número de denúncias de bloqueios arbitrários
Nos últimos meses, multiplicam-se os relatos de usuários brasileiros que foram banidos, bloqueados ou tiveram seus saques travados sem qualquer explicação convincente. E o padrão é quase sempre o mesmo:
A conta é suspensa repentinamente;
Um e-mail vago aponta "violação dos termos";
O saldo desaparece ou fica retido por tempo indefinido;
O suporte responde com frases prontas ou, pior, não responde nada.
Essa política de silêncio e omissão, somada ao encerramento em massa de contas "matematicamente vantajosas", tem o cheiro típico de uma estratégia de contenção de risco... disfarçada de política de segurança.

Justiça obriga Bet365 a reativar conta de jogador e cria precedente no Brasil
A decisão favorável no caso citado cria um precedente extremamente relevante para o setor de apostas no Brasil. Mostra que o Judiciário está atento, e que cláusulas contratuais não estão acima da Constituição Brasileira nem do CDC.
Segundo o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, são nulas de pleno direito cláusulas que:
Permitirem ao fornecedor encerrar o contrato unilateralmente sem justificativa (inciso XI);
Coloquem o consumidor em desvantagem excessiva;
Contrariem o princípio da boa-fé ou sejam incompatíveis com a equidade.
Além disso, a Lei nº 14.790/2023, que regulamenta as apostas de quota fixa no país, obriga as operadoras a manterem canais de atendimento, garantirem a integridade das operações e atuarem de acordo com os princípios do direito do consumidor.
Não é só a Bet365. O problema é sistêmico.
A Bet365 pode ser o nome mais citado neste momento, mas outras casas também têm recorrido ao mesmo expediente: bloquear jogadores lucrativos, suspender saques, aplicar limitações sem aviso prévio e, quando pressionadas, se esconder atrás de cláusulas genéricas dos seus Termos e Condições.
E enquanto isso, o jogador brasileiro segue vulnerável — sem acesso a uma instância direta de resolução de conflitos, sem garantia de resposta, sem proteção efetiva.
O que fazer se você for bloqueado?
Reúna provas: prints, e-mails, movimentações de saldo;
Registre reclamação no Procon e Consumidor.gov.br;
Procure um advogado: há várias ações com êxito em primeira instância;
Denuncie publicamente: a exposição nas redes sociais tem forçado respostas.
E não tenha medo. A Justiça está começando a reagir.
Considerações finais: o tempo da impunidade está acabando
Encerrar uma conta porque o jogador está ganhando é abuso.
Alterar apostas já liquidadas, negar saques ou apagar saldos sem justificativa transparente — tudo isso afronta diretamente o ordenamento jurídico brasileiro.
Se as casas de apostas quiserem seguir operando no Brasil, terão que aceitar as regras do jogo. E aqui, no jogo da lei, quem tem vantagem não é a banca.
Nota
Todos os citados neste artigo têm direito à presunção de inocência, conforme prevê a Constituição Brasileira. As ações judiciais mencionadas ainda podem ser objeto de recurso. As decisões aqui expostas são públicas e refletem sentenças em vigor no momento da publicação.
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