top of page

Preso ao script: quanto vale sumir da CPI das Bets?

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 6 de mai.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 7 de mai.

Após denúncias envolvendo pagamento de propina à CPI, a prisão em flagrante de um empresário investigado por suposta ligação com uma plataforma citada em apurações sobre lavagem de dinheiro expõe bastidores que, segundo relatos divulgados publicamente, estariam sob influência de interesses conflitantes — o que levanta suspeitas sobre o custo real da proteção política.


A prisão em flagrante de Daniel Pardim em plena sessão da CPI das Apostas, no Senado, escancarou algo que o setor historicamente evitava expor com transparência: a engrenagem opaca que, segundo investigações e relatos públicos, conecta empresas de aposta, offshores, intermediários e política.


Uma rede onde, no fundo, quase ninguém aparece — até o momento em que alguém comete o erro de tropeçar no próprio script.


Pardim foi preso em flagrante por suspeita de falso testemunho, após negar ligação com sua sócia formal, a advogada e ex-BBB Adélia Soares. Ambos constam como ligados à Peach Blossom em registros empresariais públicos, uma empresa sob investigação que, segundo apurações, que, segundo investigações em curso, pode integrar a estrutura da plataforma internacional Playflow — mencionada em apurações sobre apostas não regulamentadas e movimentações financeiras suspeitas no Brasil.


Mas a prisão não aconteceu por acaso. Ela vem logo depois de denúncias graves: empresários do setor revelaram que lobistas estariam cobrando propina em troca de proteção política dentro da própria CPI.


Ou seja: Denúncias apontam pedidos de propina para manter nomes fora do relatório. Haveria, segundo essas fontes, tentativa de comprar silêncio para evitar problemas.


E agora, com alguém preso, o sinal de alerta se acendeu. A CPI começou a agir. Com a prisão em flagrante, o valor para desaparecer do radar parlamentar pode ter acabado de subir — ao menos na percepção dos bastidores.


Maleta preta, fichas de cassino e maços de dinheiro em frente ao Congresso Nacional, sugerindo corrupção ligada a apostas.
Ilustração do Congresso Nacional com elementos simbólicos de propina e jogos de azar em destaque.

O jogo virou — e o risco aumentou


Daniel Pardim virou o novo rosto de uma engrenagem conhecida no setor: a do representante formal que, segundo relatos, atua como escudo para interesses maiores.


Seu nome aparece como representante da Peach Blossom.


Mas o capital por trás, os operadores reais, os fluxos financeiros — tudo aponta para uma engrenagem transnacional, opaca e protegida por fachadas jurídicas.


A prisão dele é simbólica. Porque, até aqui, a CPI era acusada de ser uma vitrine vazia. Agora, tem efeito prático. E isso muda a regra do jogo.


Para atores do setor acostumados a uma menor atuação institucional, a recente prisão sinaliza uma mudança de tom: ficar fora da lista ficou mais caro.


Agora, além das denúncias de propina em troca de blindagem, surge o risco real da exposição pública — e da prisão em flagrante.



CPI das Bets: investigação ou balcão?


As denúncias contra a CPI não são novas. Em abril, veio à tona que empresários estavam sendo abordados por lobistas oferecendo “proteção” em troca de dinheiro. Segundo relatos publicados por veículos e fontes do setor, o nome mais citado foi o de Silvio Barbosa de Assis, supostamente apontado como operador de influência entre investigados e membros da comissão.


O esquema, segundo a denúncia, era direto: pagar para desaparecer da pauta. Quem aceitava o acordo ficava fora da mira. Quem não topava, entrava em convocação ou virava alvo de perguntas incômodas.


Agora, com a prisão de Pardim, o cenário se tensiona. A CPI prendeu alguém. O risco se tornou real. E o mercado reage.


Empresários correm para reforçar defesas. Escritórios de advocacia fazem plantão. E nos bastidores de Brasília, volta a circular a percepção de que o preço do silêncio político subiu — e que eventuais garantias de proteção estão agora sob risco


Enquanto a Lei 14.790/2023 propõe moralizar o setor, críticas sugerem que a CPI corre o risco de se tornar um balcão de negociações políticas — o oposto do que a regulamentação buscava evitar. O contraste entre o discurso da regulamentação e os acordos de bastidor é tão gritante quanto os milhões que seguem sem rastreamento.


A prorrogação e o medo


A CPI das Apostas foi prorrogada por mais 45 dias. Oficialmente, para aprofundar apurações. Mas a extensão também tem outra leitura: a pressão aumentou, e o governo precisa ganhar tempo.


Dentro da CPI, dois grupos atuam em paralelo. De um lado, senadores que de fato querem investigar. Do outro, a chamada “bancada das bets” — parlamentares com vínculos diretos ou indiretos com o setor, interessados em minimizar danos e controlar a narrativa.


O grande risco agora é de distorção. Que o foco se mantenha apenas nos representantes de fachada, enquanto os operadores reais — como os donos de plataformas, articuladores internacionais e eventuais financiadores — ainda permaneçam fora dos holofotes.


Pardim foi preso. Mas as perguntas nos bastidores seguem: há mais pessoas envolvidas? Quem são os responsáveis pela Peach Blossom? E será que ele é apenas uma peça em algo maior, como apontam algumas apurações preliminares?


O jogador como escudo invisível


Enquanto as disputas nos bastidores envolvem empresários e políticos, o apostador comum — que financia tudo isso — continua sem transparência.


É ele quem sustenta o sistema. Seus dados são coletados e monetizados. Seus depósitos financiam campanhas, bonificações e, segundo críticos, ajudam a manter estruturas que beneficiam operadores não identificados.


E se ele tentar reclamar? O saque trava. A conta é bloqueada. A plataforma some. O suporte desaparece. E ninguém é responsabilizado.


Legalizar as apostas não resolveu a falta de transparência. Apenas deu verniz institucional a um mercado que segue opaco, centralizado e, em muitos casos, perigoso.


E no próximo capítulo: um banco, dois executivos e novas peças no tabuleiro


Na quarta-feira, 7 de maio, a CPI das Bets vira mais uma página da sua investigação. Estão convocados para depor Carlos de La Cruz Hyppolito, sócio do Pinbank Brasil, e Anderson Cicotoste, diretor-executivo da instituição. Ambos serão ouvidos como testemunhas, a pedido da relatora Soraya Thronicke, que busca entender o papel do banco em possíveis movimentações financeiras associadas a plataformas de apostas.


A senadora quer apurar se o Pinbank dispunha de controles adequados para evitar o uso indevido do sistema financeiro — inclusive em práticas como lavagem de dinheiro.


O objetivo, segundo ela, é ampliar a compreensão sobre como o mercado de apostas se conecta com o fluxo bancário e onde estão os pontos cegos da fiscalização.


Com a CPI prorrogada por mais 45 dias, o tempo é curto. Mas as perguntas se acumulam, os documentos se empilham, e o roteiro ganha novas camadas.


Nada foi provado até aqui. Mas o que está sendo revelado já é suficiente para inquietar — e para manter o país atento ao que virá.


Considerações finais: a conta chegou


A prisão de Daniel Pardim é mais do que um recado. É um divisor.


Se até aqui o mercado operava acreditando que o jogo era seguro nos bastidores, agora o sinal é claro: a blindagem tem preço. E ele subiu.


A CPI, que vinha sendo criticada por inércia e suspeitas de manipulação, fez um movimento forte. Mas não basta prender um laranja e achar que o problema foi resolvido. Pelo contrário: isso só confirma que existe uma estrutura por trás que precisa ser investigada com coragem.


A pergunta que paira é simples: haverá outros nomes tentando se manter fora dos holofotes a qualquer custo?


A legalização trouxe o selo da arrecadação. Mas quem garante a integridade?


Enquanto o país tenta regulamentar, mas ainda enfrenta falhas estruturais de fiscalização, operadores seguem protegidos por estruturas jurídicas complexas e pessoas que, segundo investigações, podem atuar como representantes formais em seu lugar. A conta chegou — mas os principais responsáveis ainda não foram plenamente identificados ou responsabilizados.


Nota editorial


Este artigo se baseia em informações públicas, documentos oficiais e denúncias divulgadas até o momento da publicação. Todas as pessoas citadas, incluindo investigados, convocados e presos em flagrante, têm direito à presunção de inocência, conforme estabelece a Constituição Federal. Nenhuma das menções implica condenação judicial, e os fatos relatados ainda estão sob apuração pelas autoridades competentes.


A gente só consegue manter esse trabalho com a ajuda da Geral Bet. Se você tem mais de 18 anos, gosta de cassino e sabe jogar com responsabilidade, cria uma conta lá e dá essa força para mantermos o patrocínio. Clique aqui para se cadastrar e jogar na Geral Bet. Valeu pelo apoio e lembre-se: se precisar de ajuda, venha para o SOS Jogador!

Atenção

Jogue com moderação e dentro de suas possibilidades. O jogo é uma forma de lazer, não uma solução financeira.

© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

Me encontre nas redes sociais:

  • Telegram
  • LinkedIn
  • Instagram
  • X
  • Youtube

Proibido para menores de 18 anos

Se o jogo estiver impactando sua vida, busque ajuda com organizações como SOS Jogador.

bottom of page