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ANJL e IBJR formalizam aliança contra bets ilegais: a resposta do setor ao caos regulatório

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 10 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de jul.


Quando gigantes se unem, é porque a coisa está séria


A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) e o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) formalizaram nesta quarta-feira (9) um acordo de cooperação técnica que pode redefinir o combate às apostas ilegais no Brasil.


O documento foi entregue pessoalmente ao secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, em Brasília, simbolizando a união de forças do mercado regulamentado contra a sangria bilionária das plataformas clandestinas.


A aliança entre Plínio Lemos Jorge (ANJL) e Fernando Vieira (IBJR) representa mais que cooperação institucional — é um grito de socorro do setor legal que vê bilhões escapando para operadores sem licença enquanto enfrenta pressão por aumento de impostos.


Segundo dados da BNL Data, a iniciativa surge em momento crítico, com o setor estimando arrecadar mais de R$ 4 bilhões em tributos apenas em 2025.


É a primeira vez que as duas principais entidades do setor se juntam formalmente para enfrentar um problema que corrói as bases da regulamentação brasileira: mais da metade das apostas no país ainda acontece fora do ambiente legal.


ANJL e IBJR formalizam aliança contra bets ilegais: a resposta do setor ao caos regulatório
ANJL e IBJR formalizam aliança contra bets ilegais: a resposta do setor ao caos regulatório

O contexto que obrigou a união ANJL e IBJR


A formalização do acordo não é coincidência. Acontece exatamente quando o governo federal discute elevar impostos das casas licenciadas de 12% para 18%, enquanto plataformas ilegais operam sem pagar um centavo em tributos.


Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL, foi direto ao ponto:


"Enfrentamos um grande desafio, pois uma eventual alta carga tributária pode comprometer o setor e estimular a expansão de plataformas ilegais, que já dominam a maior parte das operações de apostas no país."

A frase revela a ironia cruel do momento: o governo quer mais dinheiro justamente do setor que contribui, enquanto ignora quem não contribui nada. É como multar quem paga IPTU e ignorar quem constrói sem alvará.


Fernando Vieira, do IBJR, complementa:


"A consolidação dessa parceria é uma resposta concreta aos desafios que ameaçam o ambiente regulado no Brasil." Traduzindo: se não nos unirmos agora, o mercado legal pode virar irrelevante.

O que muda na prática


O acordo prevê ações concretas que vão além de comunicados de imprensa. A principal mudança será o compartilhamento de informações sobre empresas não licenciadas — algo que pode acelerar significativamente a identificação e combate às plataformas ilegais.


Atualmente, cada entidade monitora o mercado independentemente. Com a cooperação, criam um sistema de inteligência unificado que pode mapear operadores clandestinos, suas táticas e movimentações financeiras de forma muito mais eficiente.


Além disso, as ações de conscientização serão coordenadas, evitando sobreposição de esforços e maximizando o impacto das campanhas educativas junto aos consumidores.


Os números que justificam a urgência


Pesquisa recente do Instituto Locomotiva revelou que entre 41% e 51% do mercado brasileiro de apostas ainda opera fora da regulamentação. Isso significa perdas fiscais de R$ 1,8 bilhão a R$ 2,7 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025 — valor que pode chegar a R$ 10,8 bilhões anuais.


Para dimensionar: enquanto o setor legal arrecada R$ 4 bilhões em impostos, perde-se o dobro disso para operadores que não seguem regra alguma. É como se o governo cobrasse pedágio de metade dos carros numa rodovia.


Mais grave: 78% dos apostadores declaram ter dificuldade para distinguir sites legais de ilegais, segundo dados também citados pela BNL Data. Isso significa que grande parte dos brasileiros aposta sem saber se está protegida pela regulamentação.


Por que agora?


A união acontece em momento de máxima pressão sobre o setor regulamentado. De um lado, crescem as críticas políticas e sociais sobre apostas. Do outro, aumenta a pressão tributária. No meio, operadores ilegais prosperam sem enfrentar qualquer das duas pressões.


As entidades perceberam que enfrentar esses desafios isoladamente seria suicídio. ANJL tem força política e representatividade ampla. IBJR tem expertise técnica e foco em jogo responsável. Trabalhando juntas, podem oferecer respostas mais robustas tanto ao governo quanto à sociedade.


A escolha de entregar o acordo pessoalmente ao secretário Regis Dudena também é estratégica. Mostra que o setor quer trabalhar junto com o regulador, não contra ele.


Quem está nessa aliança


A ANJL reúne desde gigantes internacionais até empresas nacionais: Esportes da Sorte, Superbet, Reals Brasil, Betbr, entre outras. O IBJR inclui marcas como Bet365, Betano, Betfair, Betnacional e KTO, que juntas, representam a maior parte do mercado legal brasileiro.


Essa concentração de poder pode ser decisiva para influenciar políticas públicas e pressionar por fiscalização mais efetiva contra operadores ilegais. Quando empresas que representam bilhões em receita falam em uníssono, Brasília escuta.


Os desafios pela frente


A cooperação entre ANJL e IBJR resolve alguns problemas, mas cria outros. Como coordenar interesses de empresas que competem diretamente? Como manter união quando algumas defendem estratégias diferentes para enfrentar pressões tributárias?


Além disso, o acordo funciona apenas se vier acompanhado de ação governamental efetiva. Não adianta mapear plataformas ilegais se a fiscalização continua lenta. Não resolve conscientizar consumidores se sites clandestinos continuam anunciando livremente.


O sucesso da aliança dependerá da capacidade de transformar cooperação institucional em resultados práticos: menos apostas ilegais, mais arrecadação no mercado formal, e proteção real aos jogadores.



Considerações finais: união por necessidade


A formalização do acordo entre ANJL e IBJR marca um momento histórico para o setor de apostas no Brasil. Não é união por afinidade — é união por sobrevivência.


O mercado regulamentado percebeu que enfrentar isoladamente as pressões tributárias, sociais e a concorrência desleal das plataformas ilegais pode inviabilizar todo o projeto regulatório brasileiro.


Agora resta saber se essa união chegou a tempo de salvar a regulamentação, ou se é apenas o último suspiro de um setor sufocado entre impostos crescentes e competição ilegal desenfreada.


O que está claro é que 2025 será o ano que definirá se o Brasil terá um mercado de apostas regulamentado próspero ou se voltará ao caos pré-regulamentação, com a diferença de que agora o governo arrecadará menos e os jogadores ficarão mais desprotegidos.


A aliança ANJL-IBJR pode ser a última esperança de inverter essa equação.


Fonte: BNL Data. Informações sobre acordo formalizado em 9 de julho junto à Secretaria de Prêmios e Apostas.



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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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