Blaze e o atraso de saque: até quando o cassino vai ignorar a lei?
- Fred Azevedo
- há 1 dia
- 4 min de leitura
Atualizado: há 2 minutos
A Blaze transformou o saque em um jogo — e quem ganha, perde.
Há algo de profundamente errado quando o jogador precisa comemorar o recebimento de um saque — como se fosse uma conquista extraordinária, e não um direito básico. Mas essa é exatamente a realidade por trás do atraso de saque Blaze, que hoje se tornou rotina para muitos usuários no Brasil.
Não estamos falando de um problema técnico isolado. Não é um bug momentâneo ou um atraso justificado por falha bancária. É uma política. Formal. Escrita. A Blaze criou — por conta própria — um “prazo oficial” de até 48 horas úteis para pagar saques. Isso está nos termos de uso. Está lá, preto no branco, como se fosse legítimo. Como se uma regra criada unilateralmente pudesse se sobrepor à legislação brasileira.
E pior: mesmo com esse prazo absurdo, ela não cumpre.
Atraso de saque Blaze: a desculpa das “48 horas úteis”
A expressão já virou piada entre os jogadores mais experientes. “Ah, ainda está no prazo.” Mas que prazo? Quem estabeleceu isso? A Lei nº 14.790/2023, que regula as apostas de quota fixa no Brasil, exige clareza, transparência e agilidade nos pagamentos. Os valores do jogador devem estar segregados do patrimônio do operador. Não podem ser retidos, penhorados, atrasados sem justificativa séria e legal.
Criar esse “prazo de 48 horas úteis” nos próprios termos de uso não é regulamentação. É imposição disfarçada. É como se uma loja escrevesse no rodapé do site: “Ao comprar aqui, você aceita que o produto pode ser entregue com até três meses de atraso. Obrigado por compreender.” Quem aceitaria?
Mas o jogador, pressionado, aceita. Porque quer sacar logo. Porque tem medo de perder. Porque não sabe se reclamar vai resultar em bloqueio.
Saque bloqueado, suporte mudo, perfil excluído
Nos prints recebidos — e são dezenas, centenas até — o padrão se repete. O jogador solicita o saque. Recebe uma confirmação. Espera 12 horas. Entra no chat. Recebe uma resposta genérica. Espera mais. A ansiedade cresce. O saque some da aba de transações. O chat não responde mais. Às vezes, o perfil é até deslogado automaticamente.
A sensação é de impotência. Mas também de humilhação. Porque em paralelo, o site segue funcionando normalmente. As campanhas continuam. As apostas giram. Os streamers fazem lives sorridentes. E você, que ganhou, não consegue receber.
Você venceu o jogo — mas perdeu na regra que foi criada depois da partida acabar.
E isso não é só sobre a Blaze — mas é nela que o problema grita.
Sim, existem outras casas que atrasam saques. Sim, o mercado brasileiro de apostas ainda está amadurecendo. Mas o que a Blaze faz vai além. É sistemático. É arrogante. É uma empresa que fatura milhões no Brasil, que ocupa o topo dos rankings de acesso, e que — diante disso tudo — escolheu não respeitar o jogador.
Ela não apenas falha. Ela se blindou contra a crítica com um contrato autorreferente. Como se dissesse: “Se você aceitou os termos, o problema é seu.”
Não é. O problema é dela.
Cadê a fiscalização? Onde está o SIGAP quando o saque não cai?
É impossível ignorar a pergunta: quem está olhando para isso? A Blaze opera livremente, com milhões de acessos por mês no Brasil, anúncios em massa e influenciadores fazendo sorteio. E enquanto isso, jogadores ficam dias esperando seus próprios saques.
A Lei nº 14.790/2023 diz que a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF) é a responsável por fiscalizar o setor. O SIGAP — Sistema de Gestão de Apostas — foi anunciado como a grande ferramenta de controle. Mas o que se vê na prática é o oposto: operadoras gigantes fazendo o que querem, quando querem, sem consequência.
O saque não cai, o suporte ignora, os termos são abusivos... e nada acontece.
Não é por falta de denúncia. As reclamações estão por toda parte. Grupos de Telegram, perfis no Instagram, portais de defesa do consumidor. O problema é visível, constante, documentado.
O que falta é ação.
Se uma empresa não consegue pagar os jogadores em tempo razoável, com transparência, talvez ela nem devesse estar operando. Ou pelo menos, não sem supervisão real. O SIGAP precisa deixar de ser promessa e virar ferramenta de proteção concreta — para quem aposta, e não só para quem arrecada.
Porque até agora, quem mais se expôs nesse jogo... foi o jogador.
A lei vale, mesmo quando o cassino finge que não
O Código de Defesa do Consumidor proíbe cláusulas abusivas. Impede que empresas se eximam de suas responsabilidades com base em regras unilaterais. Estipular prazos vagos, se recusar a pagar ou condicionar o saque ao bom humor do suporte — tudo isso viola direitos garantidos por lei.
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