Cassino internacional é pirata? Por que essa confusão interessa a muita gente?
- Fred Azevedo

- 7 de ago.
- 4 min de leitura
Atualizado: 12 de ago.
No artigo "Por que dizem que cassinos piratas pagam mais — e por que isso é uma ilusão perigosa", mostramos como cassinos piratas usam jogos clonados, promessas manipuladas e influenciadores comissionados para montar um teatro de ganhos que nunca se confirma. A engrenagem é simples: captam jogadores desavisados, distribuem prints falsos e desaparecem com o dinheiro quando o ciclo está completo.
Mas esse é apenas um dos lados da moeda.
Entre os que operam fora da lei, há um segundo grupo: plataformas internacionais, com sede lá fora, estrutura profissional e jogos originais auditados. Ainda assim, seguem sem licença no Brasil. E é justamente a confusão entre esses dois perfis que alimenta parte do caos regulatório atual.
Cassino internacional é a mesma coisa que cassino pirata?
A resposta é simples: não. Mas a explicação exige mais cuidado do que 140 caracteres.

Cassino pirata: o risco vai muito além da ilegalidade
O que chamamos de cassino pirata não é apenas uma operação sem licença no Brasil. É uma estrutura montada para enganar.
Plataformas assim costumam rodar jogos clonados, desenvolvidos a partir de cópias ilegais de títulos famosos, mas sem qualquer ligação com os provedores originais. São arquivos visuais idênticos, com logos falsificados e design replicado, mas que estão hospedados em servidores controlados pela própria casa.
Esses servidores não são auditados, não seguem as normas de RNG (Random Number Generator) estabelecidas pelo mercado e podem ser reconfigurados a qualquer momento. Ou seja: o que deveria ser aleatório é, na verdade, manipulável. O jogo não é um sorteio. É uma simulação controlada.
Esse tipo de site também opera com domínios voláteis, que mudam de nome a cada few semanas para fugir de bloqueios. O suporte ao cliente é inexistente ou feito via perfis anônimos em redes sociais. Muitas vezes, nem CNPJ, nem razão social, nem qualquer informação sobre quem está por trás da operação.
A captação é feita quase sempre por grupos de Telegram, influenciadores de nicho ou promessas de “bônus sem limite”, “RTP de 98% garantido” e outras frases chamativas que seriam proibidas em qualquer publicidade de operador legalizado.
Na prática, o cassino pirata é uma arapuca disfarçada de oportunidade.
Quem entra acha que está jogando. Mas na verdade, está sendo jogado.
Cassino internacional: legalizado lá fora, mas proibido aqui
Agora vamos à confusão mais comum: o cassino internacional é pirata?
Plataformas como essas costumam ter sede no exterior, licenças emitidas por autoridades reconhecidas internacionalmente (como Curaçao, Malta, Kahnawake, Ilha de Man etc), jogos oficiais e auditados por laboratórios como iTechLabs ou GLI.
Também possuem contratos regulares com provedores grandes como Pragmatic Play, Evolution, Play’n GO, BGaming, entre outros.
Ou seja: são cassinos verdadeiros, com jogos reais, servidores protegidos, auditoria de RNG e estrutura legal em outro país.
Mas não têm autorização da SPA/MF para operar no Brasil.
E é exatamente isso que os coloca fora da lei aqui.
O que diz a lei brasileira
A Lei nº 14.790/2023 é clara:
Nenhuma plataforma pode explorar apostas de quota fixa no Brasil sem autorização federal.Nenhuma operação pode oferecer jogos online a brasileiros sem licença da SPA/MF.Nenhum agente pode promover, divulgar ou intermediar apostas de operadores não autorizados.
Mesmo que o cassino internacional siga todas as normas lá fora, ele não pode captar jogadores brasileiros enquanto não obtiver a licença da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF).
Então por que tanta confusão?
Porque os dois tipos de plataforma operam, na superfície, com aparências parecidas: sites em português, aceitação de real, pagamentos via Pix, campanhas em redes sociais, influenciadores no TikTok e lives no Instagram. Para o jogador comum, à primeira vista, tudo parece normal.
Mas a semelhança é só visual.
O cassino internacional opera com jogos reais, infraestrutura profissional, contratos com provedores e auditoria de RNG. Já o cassino pirata falsifica tudo isso. O primeiro tenta manter as aparências de legalidade até conseguir uma licença. O segundo nem finge: é feito para durar pouco e sugar o máximo.
Ambos estão irregulares no Brasil. Mas apenas um deles representa risco real de manipulação de jogo.
E é essa diferença que o jogador precisa conhecer.
A diferença é relevante. Mas não é suficiente.
Sim, é importante diferenciar o cassino internacional (sem licença brasileira, mas com estrutura legal) do cassino pirata (sem nenhuma regulação, com jogos falsos).
Mas isso não torna o internacional permitido. Nem inocenta o influenciador que divulga.
A Lei 14.790 é inequívoca ao proibir a promoção e a oferta de jogos não autorizados no Brasil. Ainda que os jogos sejam reais, ainda que os saques sejam pagos, ainda que a estrutura funcione em outro país com aprovação legal.
O que define a legalidade é a licença da SPA. E só ela.
Cassino internacional pirata? Não. Ilegal sem licença? Sim.
Defender o mercado regulado é também esclarecer esse tipo de distinção. Misturar tudo é conveniente para quem lucra com a confusão.
Quem opera com jogo pirata precisa ser denunciado.
Quem divulga cassino internacional deve parar, se regularizar ou sair do mercado.
Mas não são a mesma coisa.
E o jogador honesto tem o direito de entender a diferença.
A gente só consegue manter esse trabalho com a ajuda da Geralbet. Se você tem mais de 18 anos, gosta de cassino e sabe jogar com responsabilidade, cria uma conta lá e dá essa força para mantermos o patrocínio. Clique aqui para se cadastrar e jogar na Geralbet. Valeu pelo apoio e lembre-se: se precisar de ajuda, venha para o SOS Jogador!


