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Mercado de apostas no Brasil: crescimento rápido e descontrolado

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 4 de mai.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de jun.

Foram R$ 20 bilhões apostados e 5 bilhões de acessos nos primeiros 3 meses do ano nos cassinos legalizados


Será que 20 bilhões pagam a conta quando o assunto é jogo responsável? Neste artigo, vamos analisar o crescimento do setor, a falta de fiscalização, ausência de práticas de jogo responsável e debater o que o futuro reserva para o mercado brasileiro de apostas.


pilha de fichas sobre notas com bandeira do brasil ao fundo

O mercado de apostas no Brasil continua crescendo sem controle, mesmo após a regulamentação


A Lei nº 14.790/2023 trouxe estrutura ao mercado de apostas no Brasil. Exigiu licença, empresa brasileira, fiscalização, proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro.


Um avanço importante. O problema é que o ritmo do mercado superou a capacidade de regulação.


As operadoras correm pra se adaptar, mas muita coisa ainda tá no improviso. Sites ilegais seguem funcionando, com domínio .bet, bônus falsos, falta de suporte. E o pior: muita gente nem sabe diferenciar o que é autorizado do que é pirata.


Enquanto isso, o jogador — que deveria estar no centro da proteção — fica em segundo plano. O jogo responsável também segue como secundário para os operadores.


Jogo responsável não é moralismo, é sobrevivência do setor


Vamos direto ao ponto: se o mercado não cuidar do jogador, o governo vai acabar cuidando. E quando o Estado entra pra valer, entra com regulação pesada.


Hoje, a maior parte dos apostadores no Brasil tem entre 18 e 35 anos. É a geração do celular, do Pix, do “giro grátis”. Uma galera que passou os últimos 7 anos vendo apostas como algo comum. Nada de errado nisso — desde que exista limite, ferramenta, informação. Desde 2018 o jogo se tornou legal no Brasil, no entanto, o setor continua bagunçado. 50% dos jogadores ainda jogam em cassinos piratas, por exemplo.


A Lei 14.790 exige políticas de jogo responsável. Coisas como:


  • autoexclusão voluntária;

  • alerta de uso excessivo;

  • monitoramento de comportamento compulsivo;

  • limite de tempo e de gasto configurável pelo próprio jogador.


Só que a maioria das operadoras não divulga essas ferramentas. Algumas implementaram, mas escondem no rodapé. Outras nem isso. E isso é perigoso — para o jogador e para o próprio mercado.



A propaganda tá solta demais e isso pode custar caro


É inegável: a publicidade de apostas tomou conta do país. Em 2024, o aumento foi de 47%. Camisas de times, painéis de LED, podcasts, vídeos no YouTube, live de TikTok. Todo lugar tem um “linkzinho”.


Mas tem um detalhe importante: existe limite legal para a propaganda. E muita gente finge que não sabe.


Pela Lei nº 14.790:2023, é proibido:


  • Prometer sucesso financeiro com apostas;

  • Usar celebridade para sugerir que o jogo traz status;

  • Veicular anúncios sem aviso de +18 e sem aviso de risco;

  • Anunciar para público infantojuvenil.


O que a gente vê? Vídeo com jogador de futebol dando dica “milionária”, ex-BBB com cupom e o famoso “clique aqui e mude sua vida”. Tudo errado.


Se continuar nesse ritmo, os projetos de lei que estão no Congresso pra banir a publicidade de apostas vão andar. E isso vai prejudicar justamente quem faz o certo, quem trabalha sério, quem cria conteúdo educativo e respeita o público.


Tá caro operar no Brasil e isso estimula a cartelização


Outro ponto que precisa ser falado: o mercado foi regulamentado, mas só quem tem muito dinheiro consegue entrar nele. A licença custa R$ 30 milhões. E não para por aí.


A operadora precisa montar estrutura no Brasil, garantir atendimento 24h em português, contratar auditoria homologada e ainda investir pesado em segurança cibernética — do tipo que rivaliza com banco.


Quem já é gigante? Passa de boa. Mas quem é médio ou pequeno? Tá fora. Ou vai operar sem licença, correndo risco, ou vai acabar vendendo tudo para um grupo maior.


Isso pode gerar uma concentração de mercado perigosa — ruim pro jogador, que perde variedade e concorrência, e ruim para o setor, que fica na mão de meia dúzia de nomes. Mais do que isso, incentiva a ilegalidade.


Um operador pequeno tentando empurrar uma ficha de pôquer gigante morro acima

Dá para resolver. Mas tem que querer


Apesar dos pesares, ainda há espaço para corrigir a rota. Segundo fontes do setor, o diálogo com o Ministério da Fazenda é real. Tem canal aberto, tem escuta, tem disposição para ajustar o que for preciso. E só isso já coloca o Brasil na frente de muitos outros mercados.


Mas o tempo tá correndo.


O país pode virar case global — de sucesso ou de fracasso — quando o assunto é o mercado de apostas no Brasil. Tudo vai depender da postura daqui para a frente: se vai haver fiscalização para quem age errado, proteção real para quem aposta, clareza sobre o que é legal e o que é pirata, e incentivo para quem trabalha sério enquanto aperta o cerco nos que exploram o descontrole.


Porque, no fim, ninguém aqui quer acabar com o jogo. A gente só não quer que o jogo acabe com o setor.


Resumo da obra?


A gente aposta. A gente curte. Mas a gente quer respeito.

Queremos jogar — mas não ser jogados.


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Atenção

Jogue com moderação e dentro de suas possibilidades. O jogo é uma forma de lazer, não uma solução financeira.

© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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