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Uma aposta sem transparência: demissões em massa expõem bastidores da Viva Sorte Bet

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 12 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 1 de out.

Na noite da última sexta-feira (6), um comunicado inesperado pegou dezenas de funcionários da Viva Sorte Bet de surpresa.



Enviado por e-mail às 20h30, o aviso informava a demissão imediata de toda a equipe de gestão da empresa, incluindo o CEO, profissional com experiência em grandes nomes do setor como Parimatch e VBET. Nenhuma justificativa acompanhava a decisão.


Poucos dias depois, na segunda-feira (9), cerca de trinta colaboradores também foram dispensados, elevando o número total de desligamentos para mais de 80% da equipe.


No lugar de explicações, restaram especulações e um novo grupo de WhatsApp criado por Renato Ambrósio, sócio-fundador da empresa.


"Olá pessoal! Novo grupo da bet que será inserida a nova gestão", dizia a única mensagem enviada aos poucos que permaneceram.


Demissões em massa expõem bastidores da Viva Sorte Bet
Demissões em massa expõem bastidores da Viva Sorte Bet

Da promessa ao silêncio: o que se sabe até agora


Segundo relatos de ex-funcionários, a justificativa informal apresentada ao CEO teria sido a venda da empresa.


No entanto, não houve qualquer comunicação oficial sobre o processo de aquisição, tampouco uma confirmação da desativação definitiva das operações.


A ausência de critérios claros nas demissões e a permanência pontual de alguns colaboradores acentuaram a dúvida: trata-se mesmo de uma transição de gestão ou de um layoff disfarçado?


Ex-coordenadores relatam que não houve qualquer feedback de performance e apontam que a mudança repentina pode estar relacionada a preferências pessoais dos sócios ou à insatisfação com os rumos operacionais.


"Tivemos dificuldades em seguir com campanhas porque as direções passadas ignoravam completamente as regras de regulamentação e forçavam abordagens publicitárias abusivas", diz um ex-membro do marketing.

Clima de tensão: gestão sob críticas internas


Vários relatos recebidos pelo Portal Fred Azevzdo apontam para um ambiente de trabalho instável e centralizado.


Funcionários alegam que o microgerenciamento dos sócios, a falta de experiência no setor e a conduta agressiva de Renato Ambrósio dificultavam a gestão do dia a dia.


"Sempre sentimos que a empresa não tinha um plano claro. As ideias mudavam a todo momento, e havia um medo constante de represálias", disse outro ex-funcionário, sob anonimato.

Renato Ambrósio, conhecido por participações em programas televisivos e por seu envolvimento em ações filantrópicas, mantém uma imagem pública de responsabilidade social.


Internamente, sua postura foi descrita por alguns ex-colaboradores como impulsiva e desrespeitosa, segundo relatos colhidos sob anonimato. Circulou à época um vídeo, segundo relatos de funcionários e postagens nas redes sociais, em que o empresário teria usado linguagem ofensiva ao se referir a chineses durante uma transmissão ao vivo na Band.



O que pode estar por trás do corte em massa?


Embora o discurso da venda da empresa tenha sido utilizado como justificativa extraoficial, há rumores de que a decisão tenha sido motivada por questões internas de insatisfação com a equipe ou por problemas de gestão financeira.


Desde o início das operações em janeiro de 2025, a Viva Sorte Bet vinha enfrentando desafios de estrutura e posicionamento, com dificuldade em concorrer com marcas mais consolidadas e licenciadas.


Não há indícios, até o momento, de violações trabalhistas formais. No entanto, o silêncio institucional e a falta de comunicação transparente com a equipe alimentam a insegurança entre os colaboradores demitidos.


E a posição da empresa Viva Sorte Bet?


O Portal Fred Azevedo abre espaço para manifestação oficial da empresa Viva Sorte Bet ou de seus representantes, que será publicada na íntegra, caso enviada. Entramos em contato via e-mail no dia 10 de junho, conforme print abaixo.


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Email enviado à Viva Sorte Bet

Mesmo na ausência de uma resposta direta, registramos que, em casos de transições societárias ou reestruturações de empresas digitais, é comum haver reorganização de times.


No entanto, o mercado tende a considerar como boas práticas a comunicação prévia, o respeito às histórias construídas e o cuidado com a imagem institucional.


Um mercado que precisa amadurecer


A situação da Viva Sorte Bet joga luz sobre um problema recorrente no mercado de iGaming no Brasil: a entrada de gestores sem experiência, atraídos pelo potencial financeiro do setor, mas alheios às exigências de responsabilidade, compliance e respeito aos profissionais.


Não se trata apenas de um caso isolado de demissões. Trata-se de um alerta para um ecossistema que cresce rapidamente, mas ainda carece de maturidade empresarial e compromisso com quem faz o mercado acontecer.


Um jogo não se ergue apenas com odds e campanhas. Ele depende de gente.


E gente não pode ser descartada como um dado de planilha.


Para fornecer seu relato, enviar documentos ou se manifestar oficialmente sobre o caso, entre em contato pelo e-mail do portal.


Nota Editorial


Não é apenas a falta de transparência que incomoda. É o padrão. A sucessão de demissões na Viva Sorte Bet expõe, mais uma vez, o despreparo de empresas que surgem com promessas grandiosas, mas operam sem planejamento, sem governança e, pior, sem respeito pelos profissionais que constroem o negócio de dentro pra fora.


Em um setor que exige, por lei, experiência comprovada, estrutura robusta e políticas de integridade — conforme estabelece a Lei nº 14.790/2023 —, decisões arbitrárias, comunicadas por WhatsApp ou e-mail noturno, revelam muito mais do que uma suposta venda. Revelam uma lógica predatória, onde pessoas são descartáveis e a reputação institucional vira dano colateral.


Nenhuma regulação protege empresa contra má gestão. Mas toda regulação séria exige responsabilidade com os trabalhadores e com o mercado. A Viva Sorte Bet, até aqui, falhou nas duas frentes.


O Portal permanece aberto à manifestação oficial da empresa.



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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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