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Faturamento das Bets atinge R$ 17,4 bi no primeiro semestre de 2025

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 26 de ago.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 10 de set.


As empresas de apostas esportivas e jogos online movimentaram R$ 17,4 bilhões no Brasil apenas no primeiro semestre de 2025. Esse volume marca, pela primeira vez, um retrato oficial do faturamento das bets no país, consolidado pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF).


O levantamento, apresentado pelo secretário Regis Dudena em entrevista ao C-Level Entrevista, videocast semanal da Folha de S.Paulo, e também destacado em matéria da BNLData, revela o tamanho do mercado regulado e fornece, pela primeira vez, um retrato oficial sobre o perfil do apostador brasileiro.


Segundo Dudena, o país conta atualmente com 17,7 milhões de apostadores ativos, sendo 71% homens e quase metade concentrada na faixa etária de até 30 anos. A média de gasto individual é de R$ 983 por semestre, ou cerca de R$ 164 por mês.


“Hoje nós sabemos qual é o famoso GGR [Gross Gaming Revenue], que é a diferença entre o que é apostado e os prêmios pagos, ou seja, qual é o resultado bruto daquilo que fica com as casas de apostas. Estamos falando num valor semestral de R$ 17 bilhões, uma média de R$ 2,9 bilhões por mês”, explicou Dudena.

Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, destacou em entrevista o impacto do “descontrole” do setor no vício em jogos. Entre os 17,7 milhões de apostadores no Brasil, 71% são homens e metade tem até 30 anos (Foto: Reprodução Vimeo/Folha de S.Paulo e BNLData).
Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, destacou em entrevista o impacto do “descontrole” do setor no vício em jogos. Entre os 17,7 milhões de apostadores no Brasil, 71% são homens e metade tem até 30 anos (Foto: Reprodução Vimeo/Folha de S.Paulo e BNLData).

O que explica o novo retrato do setor e o faturamento das bets no Brasil


O número contrasta com estimativas anteriores. Em 2023, um relatório do Banco Central indicava que os brasileiros movimentavam cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas.


A divergência, segundo Dudena, está na metodologia: enquanto o Banco Central considerava o fluxo financeiro bruto de depósitos e saques, a SPA utiliza o GGR, que mede apenas a diferença entre valores apostados e prêmios pagos.


“Existe uma diferença entre o fluxo financeiro de entrada e saída do mesmo dinheiro e o gasto efetivo do apostador. Aqueles R$ 20 bilhões não representavam despesa líquida, mas sim a movimentação repetida dos mesmos recursos”, disse o secretário ao C-Level Entrevista.

Essa distinção coloca o Brasil em patamar comparável a mercados regulados de porte médio, mas ainda em fase inicial de maturação.


Marco legal e regulamentação


O novo levantamento só foi possível porque, desde a Lei nº 14.790/2023, o setor de apostas de quota fixa passou a ser formalmente regulado no país. A lei define:

  • Autorização prévia do Ministério da Fazenda para operadores atuarem no Brasil;

  • Exigência de sede e administração no território nacional;

  • Políticas obrigatórias de jogo responsável, prevenção à lavagem de dinheiro e integridade esportiva;

  • Publicidade restrita, com proibição de mensagens enganosas, promessas de enriquecimento e direcionamento a menores de idade.


A lei foi complementada por portarias ministeriais ao longo de 2024, que estabeleceram normas sobre pagamentos, certificações de plataformas, fiscalização de operadoras e diretrizes de jogo responsável. Mais recentemente, em 2025, a Nota Técnica SPA/MF nº 229 tratou da tributação e da classificação de bônus, fixando limites e critérios para contabilização no GGR.



Perfil do apostador brasileiro


A análise da SPA revela um público majoritariamente jovem e masculino, com média de consumo considerada estável pela pasta. De acordo com Dudena, “a média de R$ 160 por mês não é, em si, preocupante”, mas a atenção se volta para casos individuais de descolamento de renda e risco de endividamento.


As informações coletadas pelas operadoras autorizadas alimentam diariamente o sistema da SPA, permitindo monitorar depósitos, apostas e saques em tempo real. Esse fluxo de dados também servirá de base para políticas públicas de saúde.


“Esses dados regulatórios também vão servir para alimentar o Sistema Único de Saúde, de modo que os centros de atendimento possam se preparar para receber pessoas que eventualmente desenvolvam problemas de saúde relacionados ao jogo”, afirmou Dudena.

Responsabilidade das operadoras


Um dos pontos centrais destacados pelo secretário foi a responsabilidade das casas de apostas na proteção do consumidor. A Portaria nº 1.231/2024, que regulamenta o jogo responsável, determina que os operadores ofereçam ferramentas de:

  • Autolimite de tempo e valores de aposta;

  • Botão de autoexclusão temporária ou definitiva;

  • Monitoramento de perfil de risco, com alertas automáticos e possibilidade de exclusão de contas em casos extremos.


Dudena ressaltou: “A expressão ‘jogo responsável’ não pode ser entendida como responsabilidade apenas do apostador. A responsabilidade primária é da casa de aposta, que deve monitorar e agir diante de comportamentos de risco.”

Políticas sociais e restrições de acesso


Outro eixo relevante da regulação é a proteção de beneficiários de programas sociais.


O Ministério da Fazenda, atendendo decisão do Supremo Tribunal Federal, está desenvolvendo mecanismos para impedir depósitos em casas de apostas por usuários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O objetivo é garantir que recursos públicos de assistência social não sejam direcionados a atividades de risco financeiro.


Publicidade sob vigilância


A comunicação comercial do setor é alvo de normas rígidas. A Lei nº 14.790/2023 (art. 17) proíbe mensagens que apresentem o jogo como alternativa de renda ou investimento, bem como o uso de celebridades e atletas em situações que sugiram sucesso social vinculado às apostas.


Dudena reconheceu que, em fase inicial de abertura de mercado, a exposição em patrocínios esportivos e mídia de massa ajuda a diferenciar operadores autorizados de ilegais. No entanto, deixou em aberto a possibilidade de restrições adicionais: participação de atletas, influenciadores e apresentadores poderá ser revista futuramente, caso seja considerada prejudicial ao interesse público.



Combate ao mercado ilegal


O secretário também destacou que os maiores riscos sociais e financeiros estão associados a operadores não autorizados. Desde 2024, a SPA vem promovendo bloqueios de sites ilegais, notificando o Banco Central, a Polícia Federal e instituições financeiras para impedir transações com esses operadores.


A legislação vigente reforça essa vedação: o art. 21 da Lei nº 14.790 proíbe que bancos e arranjos de pagamento deem curso a apostas em sites sem autorização. As Portarias nº 827 e 1.225 detalham mecanismos de fiscalização e cooperação entre órgãos públicos.


Sanções aplicadas


Ainda que não divulgados oficialmente, Dudena confirmou que já houve sanções administrativas contra operadores nos primeiros meses de regulação. As penalidades estão em fase de recurso, mas serão publicadas quando os processos forem concluídos, em conformidade com o Regime Sancionador da Portaria nº 1.233/2024.


Conclusão: consolidação do controle estatal


Para a SPA, o dado de R$ 17,4 bilhões representa mais que um marco financeiro. Simboliza a retomada do controle pelo Estado sobre um setor que, entre 2019 e 2022, cresceu de forma “descontrolada”, nas palavras do secretário.


“O descontrole que houve de 2019 a 2022 é muito responsável por problemas que vivenciamos hoje. Nos cabe agora limpar a casa”, resumiu Dudena.


A expectativa do Ministério da Fazenda é que, com o avanço da regulação, o mercado de apostas no Brasil se torne mais previsível, monitorado e integrado a políticas públicas, equilibrando arrecadação fiscal, proteção ao consumidor e combate à ilegalidade.


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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