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Brasil já é o 5º maior mercado de apostas do mundo, segundo a BBC

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 22 de out.
  • 4 min de leitura

Crescimento impulsionado por Pix, futebol e digitalização


Reportagem da BBC News Brasil, com base em dados exclusivos da consultoria internacional Regulus Partners, revelou que o Brasil já figura entre os cinco maiores mercados de apostas do planeta.O setor deve movimentar US$ 4,139 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) até o fim de 2025, colocando o país atrás apenas de Estados Unidos, Reino Unido, Itália e Rússia.


Essa é a primeira vez que o Brasil aparece na lista global da Regulus — um feito possível graças à regulamentação das bets em 2024, após sete anos de operação sem regras claras.


Os números também dialogam com os dados da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF), que registrou R$ 17,4 bilhões de faturamento apenas no primeiro semestre de 2025, considerando as 78 empresas atualmente autorizadas a operar no país.


A explosão das bets e o novo “laboratório comportamental” brasileiro


Segundo o economista Victo Silva, pesquisador da Harvard Kennedy School ouvido pela BBC, o intervalo entre a legalização em 2018 e a regulamentação em 2024 criou terreno fértil para experimentos de mercado — transformando o Brasil em um verdadeiro “laboratório da economia comportamental”.


Empresas exploraram a ausência de regras para construir ecossistemas altamente intuitivos, gamificados e recompensadores. O resultado: apostar virou parte do cotidiano digital.


Na palma da mão, o jogador encontra missões, bônus, recompensas, e um fluxo de apostas tão fluido quanto abrir um aplicativo de delivery.

“As plataformas eliminaram os custos de transação: você não precisa sair de casa. Apostar ficou tão simples quanto mandar uma mensagem”, destacou Silva à BBC.


O papel do Pix e da bancarização


Outro fator decisivo, de acordo com a reportagem da BBC, foi o Pix, sistema instantâneo criado pelo Banco Central em 2021.


Enquanto países como Colômbia e México ainda dependem de depósitos presenciais, o Brasil tornou o processo de aposta e saque 100% digital e imediato.


O diretor da Entain na América Latina, Antonio Forjaz, explicou à BBC que o alto índice de bancarização e o ecossistema digital consolidado tornam o Brasil “um dos mercados mais seguros e promissores do mundo”.


Tecnologia, proibição histórica e desejo reprimido


Para André Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e sócio da Betsson, a ascensão brasileira também está ligada à sua história de proibição total dos jogos de azar — um tabu de mais de 80 anos.

“Quando surge uma alternativa digital, com entretenimento e legalidade, o brasileiro responde com entusiasmo. É uma demanda reprimida há décadas”, afirmou Gelfi à BBC.

A familiaridade do público com a tecnologia digital completou o ciclo. O jogador brasileiro, nativo de redes sociais e apps de pagamento, adaptou-se rapidamente ao universo das bets — o que fez o país escalar posições no ranking global em tempo recorde.


A força do futebol e a “normalização” das apostas


A BBC também destacou o papel central do futebol e da publicidade ostensiva na expansão do setor. Hoje, 18 dos 20 clubes da Série A exibem marcas de casas de apostas em suas camisas.


Os contratos somam valores bilionários:

  • Betano (Flamengo): R$ 220 milhões

  • Superbet (São Paulo): R$ 113 milhões

  • Esportes da Sorte (Corinthians): R$ 103 milhões

  • Sportingbet (Palmeiras): R$ 100 milhões

  • H2Bet (Atlético-MG): R$ 60 milhões


Essa onipresença publicitária ajudou a “normalizar” o ato de apostar, segundo Victo Silva.


A aposta deixou de ser tabu e se fundiu à experiência de torcer, discutir e viver o futebol.



A “betização da renda” e o debate sobre regulação responsável


Mas nem todos enxergam o crescimento como positivo.


Ainda na BBC, Victo Silva alerta para o fenômeno da “betização da renda”, onde parcelas da população comprometem parte significativa de sua renda com apostas.


Um levantamento do Banco Central mostrou que 5 milhões de pessoas de famílias do Bolsa Família enviaram dinheiro para sites de apostas via Pix — o que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a determinar a restrição ao uso desses recursos.


Silva defende que o Brasil precisa buscar o “meio-termo regulatório”, com políticas que desestimulem o consumo excessivo — sem cair na proibição total, que apenas fortalece o mercado ilegal.


Publicidade em debate: proibir ou educar?


A BBC lembra que tramita no Congresso um projeto de lei para restringir a publicidade de apostas, vetando o uso de atletas, artistas e influenciadores.


O texto foi aprovado no Senado em maio de 2025, mas segue parado na Câmara.


Para André Gelfi, do IBJR, a medida seria precipitada: “Enquanto o mercado ilegal ainda é expressivo, a publicidade das empresas licenciadas é uma ferramenta de educação e canalização da demanda”.


Já Antonio Forjaz, da Entain, ressalta que as bets contribuem para o desenvolvimento do futebol nacional, e que a retirada desses recursos poderia afetar diretamente os clubes.


Mercado de Apostas no Brasil: Um gigante que ainda está aprendendo a andar


A reportagem da BBC Brasil ajuda a sintetizar a complexa dualidade do mercado brasileiro: gigante em faturamento, imaturo em política pública.


Com uma base tecnológica avançada, um público digitalizado e uma paixão esportiva incomparável, o Brasil virou potência — mas sem consolidar ainda um modelo de proteção efetiva ao jogador.


A corrida agora não é mais pelo lucro das bets, mas pela construção de um mercado sustentável, regulado e responsável.


E isso, como mostra a própria BBC, será o verdadeiro teste de maturidade da indústria.



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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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