O ataque à Superbet – Parte 1: a noite em que tentaram me calar
- Frederico Aranha
- 19 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de jun.
Na quinta-feira, 18 de abril, às 20h13, recebi uma mensagem que gelou a espinha:

O alerta era claro. E o medo foi imediato.
Meu time travou. Tentamos falar com o nosso jurídico, mas já era tarde — sem resposta. E aí veio o desespero:
“Se a gente sabe do que vai acontecer e não faz nada, vão jogar a gente no mesmo saco.”
Sem saber o que era certo ou errado, fizemos o que deu pra fazer.
Foi medo. Foi ignorância. E foi, também, um mínimo de consciência.
Às 21h, começamos a avisar algumas pessoas próximas, deixando claro que não tínhamos nada a ver com o que tava pra acontecer. Mais tarde, por volta das 23h, tentamos contato com o suporte da Superbet. A fila estava lotada.
O ataque já estava em andamento.
Postamos um story mostrando a tentativa de contato, com print da fila. A intenção era simples: provar que tentamos fazer algo, que não ficamos omissos.
Não por heroísmo. Mas porque tínhamos medo de ser implicados no ataque.
E foi aí que o inferno começou.
Vieram as ameaças de morte. Gente dizendo que ia me encontrar. Que uma surpresa me esperava no dia seguinte. Mensagens dizendo que se a casa rouba, o método é justiça. E quem atrapalha, paga.
Seguidores começaram a avisar que grupos organizados de métodos estavam orquestrando denúncias contra meu perfil. Falaram em mais de 800 denúncias simultâneas. Resultado: postagens fora do ar. Stories apagados.

Fiquei com medo real.
E tudo isso porque eu tentei avisar uma casa de apostas que ela estava sendo atacada, por medo de ser implicado nesse ataque.
Hoje, 20 de abril, consegui falar com o nosso jurídico. E aí veio a resposta que muda tudo:
Não temos nenhuma obrigação legal de alertar uma casa de apostas sobre um ataque.
Isso está garantido pelo art. 5º, inciso II da Constituição Federal, que afirma:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”
Ou seja: se não existe uma lei que me obrigue a avisar, eu não tenho essa responsabilidade.
Meu papel não é ser suporte, nem compliance, nem segurança de plataforma.
Sou mídia. Mídia independente. E a partir de agora, nossa posição vai ser muito clara:
Nunca mais vamos reportar nenhum ataque ao vivo.
Principalmente agora que sabemos que não somos legalmente obrigados.
Se o ataque já passou, a gente cobre.
Se está acontecendo?
Não é mais problema nosso.
Essa noite mostrou que tentar fazer “a coisa certa” pode custar a segurança da minha equipe e a minha vida.
E isso, ninguém aqui tá disposto a pagar.
Se você está se perguntando qual foi exatamente o método aplicado, a gente entende a curiosidade — mas não vamos divulgar isso agora.
Tudo ainda está muito recente.
O clima é tenso, o volume de ameaças foi pesado, e a nossa prioridade neste momento é proteger a equipe e esperar a poeira baixar.
A parte 2 deste artigo "O ataque à Superbet" será publicada na segunda-feira, com todos os detalhes do método e o desfecho da história. Isso vai acontecer somente quando tudo estiver mais calmo e depois do choque. Por uma questão de segurança.
E que isso sirva de marco pra nossa linha editorial:
Nunca mais vamos cobrir ao vivo nenhum ataque quando o assunto for métodos.
Se for necessário falar, a gente fala depois.
Com calma, com segurança, e com a certeza de que ninguém vai pagar o preço sozinho por tentar ser transparente demais num sistema que ainda não está pronto pra isso.
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