Bets rendem R$ 3 bilhões à União em 2025 e superam setores tradicionais
- Fred Azevedo
- 27 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de jul.
Enquanto parte da sociedade ainda discute se as apostas devem ou não fazer parte da economia formal, a realidade se impõe com números difíceis de ignorar: as atividades de jogos de azar e apostas esportivas já renderam mais de R$ 3 bilhões à Receita Federal de janeiro a maio de 2025.
Segundo dados apresentados pelo Ministério da Fazenda e pela Receita Federal nesta quinta-feira (27), a arrecadação sobre o setor saltou de R$ 7 milhões no mesmo período de 2024 para R$ 3,03 bilhões em 2025, um crescimento de mais de 40.000%.
E apenas no mês de maio, foram R$ 814 milhões arrecadados, frente a míseros R$ 4 milhões no mesmo mês do ano anterior.
A categoria "atividade de exploração de jogos de azar e apostas" passou a figurar nas tabelas da arrecadação como setor econômico relevante — e já supera segmentos como educação, comércio varejista e indústria de máquinas e equipamentos em volume arrecadado.

A máquina gira — e agora tributa
A principal explicação para esse salto de arrecadação está na consolidação do modelo de tributação sobre a Gross Gaming Revenue (GGR) — receita bruta das operadoras, que corresponde ao total apostado menos os prêmios pagos aos jogadores.
Essa base passou a ser utilizada de forma efetiva com a regulamentação da Lei nº 14.790/2023.
A obrigatoriedade de recolhimento foi acompanhada por medidas administrativas: desde outubro de 2024, as casas passaram a solicitar autorização de funcionamento e recolher outorgas. Agora, com a cobrança estabilizada, o setor aparece com clareza na malha fiscal.
Mais que isso: a performance das bets já impacta diretamente os indicadores macroeconômicos do governo.
O Banco Central, no Relatório de Política Monetária de junho, mencionou expressamente que a nova regulamentação das apostas ajudou a reduzir o déficit externo brasileiro — ao conter a evasão cambial causada pelas operações não reguladas.
O setor das bets funciona — quando o Estado funciona
O salto exponencial na arrecadação não é um milagre do acaso. É resultado direto da aplicação de regras, mecanismos de controle, cobrança clara e registro oficial. E aqui está a verdadeira lição: o setor de apostas não é um problema em si, mas um desafio de regulação e integração institucional.
Em 2023, havia quem dissesse que tributar bets era um delírio. Em 2024, diziam que o setor era difícil de rastrear. Em 2025, está nos slides da Receita Federal, gerando arrecadação bilionária, com código CNAE próprio.
O contraste não poderia ser maior: enquanto setores tradicionais tiveram crescimentos marginais na arrecadação (comércio varejista subiu 10%, educação 18%, seguros 15%), o setor de apostas explodiu com + 40.329% de crescimento anualizado.
Aumento de alíquota à vista
E vem mais. O Ministério da Fazenda informou que, a partir de 1º de outubro, a alíquota sobre a GGR subirá de 12% para 18%. A expectativa de arrecadação adicional com essa mudança é de:
R$ 284,9 milhões ainda em 2025;
R$ 1,7 bilhão por ano a partir de 2026.
Ou seja: o potencial fiscal do setor está longe de ter chegado ao teto.
Conclusão: mais que arrecadação, um caso de política pública
Não se trata apenas de ganhar dinheiro com apostas. Trata-se de provar que o Estado é capaz de integrar novos mercados com regulação, tributação, proteção ao consumidor e transparência fiscal.
O que os dados da Receita mostram é que as apostas são uma oportunidade administrativa.
Quando o poder público atua com clareza, o mercado responde. A arrecadação acontece. A evasão cai. O déficit recua.
A questão, portanto, não é se o setor de apostas é bom ou mau. É se o Estado está disposto a tratá-lo como grande e facilitar para que ele consiga continuar operando dentro da legalidade, oferecendo segurança ao jogador. Porque ele já é.
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