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BiS Brasília expõe o “Bet do Leão”: quanto realmente se paga — o peso oculto dos impostos nas apostas online

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • há 12 minutos
  • 3 min de leitura

Durante o BiS Brasília (Brazilian iGaming Summit), evento que reuniu representantes do setor de apostas, autoridades e especialistas em regulação, a advogada Jordana Torres, especialista em Direito Digital e atuação no mercado de iGaming, compartilhou em suas redes sociais o detalhamento de uma planilha contábil que tem circulado entre operadores e analistas: a chamada “Bet do Leão”.


Imagem compartilhada pela advogada Jordana Torres no Instagram
Imagem compartilhada pela advogada Jordana Torres no Instagram

O documento — exibido em um dos painéis do evento — mostra a composição tributária efetiva de uma operadora regular no Brasil e ajuda a visualizar o tamanho real do impacto fiscal que o setor já enfrenta antes mesmo de qualquer nova mudança legislativa.


“Bet do Leão” mostra carga efetiva de 35% sobre o GGR


De acordo com o demonstrativo apresentado, uma casa de apostas com R$ 100 milhões em volume total apostado (turnover) e R$ 90 milhões em prêmios pagos (payout) teria um GGR de R$ 10 milhões — valor sobre o qual incidem todas as contribuições, taxas e tributos federais e municipais.


O levantamento indica que, após somar Contribuição Social, repasses a ministérios e fundos públicos, PIS, COFINS, ISS, IRPJ e CSLL, o total de encargos chega a R$ 3,5 milhões, o equivalente a 35,04% do GGR.


O número reforça a avaliação feita por representantes do setor durante o próprio evento: as operadoras licenciadas já enfrentam uma das cargas fiscais mais altas entre as indústrias digitais no Brasil.



O contraste com o novo PL 5.076/2025


Os dados divulgados por Jordana Torres ajudam a contextualizar o debate sobre o Projeto de Lei 5.076/2025, que prevê dobrar a alíquota sobre a receita bruta das apostas de 12% para 24%.


Como mostrado na matéria anterior, o texto foi aprovado em regime de urgência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, e poderá ser votado diretamente no plenário.


Na prática, caso o projeto avance, a carga efetiva sobre o GGR poderia ultrapassar 50%, dependendo da estrutura de custos e das obrigações acessórias de cada operadora — cenário que, segundo especialistas do setor, tende a comprometer a viabilidade das empresas de médio e pequeno porte.


Transparência e alerta do mercado


A publicação de Jordana no Instagram trouxe à tona um ponto que costuma passar despercebido no debate público: a diferença entre alíquota nominal e carga efetiva.


Embora o discurso político se concentre no percentual de 12% previsto em lei, a soma de todos os tributos já eleva significativamente o custo de operação.


O material exibido no BiS Brasília tornou-se, assim, uma referência visual do desequilíbrio entre arrecadação e sustentabilidade. Ele reforça o argumento de que o governo trata o setor mais como uma fonte de receita imediata do que como uma indústria tecnológica e de entretenimento capaz de gerar empregos, inovação e impostos sustentáveis no longo prazo.



“Bet do Leão” mostra carga efetiva de 35% sobre o GGR e o verdadeiro peso dos impostos nas apostas


A planilha apresentada no BiS Brasília desmonta o discurso fácil de que “as bets pagam pouco imposto”.


O detalhamento compartilhado por Jordana Torres mostra, com números, que o setor já opera sob uma mordida fiscal capaz de comprometer margens, afastar investidores e empurrar operadores menores para a informalidade.


O problema não é pagar imposto — é pagar sem previsibilidade.


Cada nova alíquota, portaria ou “ajuste técnico” transforma o planejamento das empresas em uma roleta de Brasília, onde o governo gira a manivela e o mercado torce para que a bola não pare no vermelho.


Se o Brasil quer um setor de apostas saudável, precisa tratar a arrecadação como consequência de um mercado estável — e não como um prêmio imediato a ser cobrado antes mesmo do jogo começar.


Porque, no ritmo atual, o Leão já não é mais o fiscal da mesa — é o próprio crupiê.


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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