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Bitcoin é liberdade: enquanto governos planejam controlar seu dinheiro, Satoshi segue livre

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 15 de jun.
  • 8 min de leitura

Atualizado: 17 de set.

Na era das moedas digitais de banco central (CBDCs), o Bitcoin continua sendo o único ativo eletrônico verdadeiramente descentralizado e resistente à censura. E isso incomoda — e muito.



Muito se fala em inovação digital, moeda programável, modernização do sistema financeiro. Mas o que está sendo gestado nos bastidores das chamadas CBDCs — moedas digitais emitidas por bancos centrais — tem pouco a ver com liberdade. Pelo contrário. O que se desenha é um novo modelo de controle.


Enquanto isso, o Bitcoin segue vivo, resiliente, livre. Uma anomalia cada vez mais incômoda para governos que querem saber onde você gasta, como gasta e por quê. E, se necessário, travar tudo com um botão.


A questão é simples: quem deve controlar seu dinheiro — você ou o Estado?


Mão iluminada por neon segurando o símbolo do Bitcoin em um ambiente digital futurista.
Ilustração digital ultrarrealista do Bitcoin

O que é o Bitcoin, de fato?


O Bitcoin não é uma ação, não é um aplicativo e, definitivamente, não é uma “moda passageira”. Trata-se de um sistema monetário completo, baseado em código aberto, criado em 2008 por um pseudônimo — Satoshi Nakamoto — como resposta direta ao colapso financeiro provocado pela crise dos bancos. O primeiro bloco minerado, inclusive, carrega a mensagem: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks”. Não foi coincidência. Foi crítica explícita.


Na essência, o Bitcoin é uma forma de dinheiro eletrônico peer-to-peer — ou seja, entre pessoas, sem intermediários. Você não precisa de um banco, de uma corretora ou de um governo para receber, enviar ou guardar Bitcoin. A operação acontece diretamente entre carteiras digitais, validadas por uma rede descentralizada de computadores que executam regras públicas e imutáveis. Nenhum participante da rede tem poder superior ao outro. É a definição prática de descentralização.


A base dessa confiança é a tecnologia chamada blockchain — um livro-razão público, auditável e imutável, onde cada nova transação é registrada com segurança criptográfica e vinculada ao histórico anterior. Para adicionar um novo bloco a essa cadeia, a rede exige o que se chama de prova de trabalho (proof of work) — um processo no qual milhares de computadores competem para resolver cálculos complexos e, assim, validar as transações.


Esse esforço computacional consome energia e recursos reais — e é justamente isso que garante a segurança do sistema. Para alterar uma transação já registrada, seria necessário refazer todo esse trabalho acumulado desde o bloco original, algo matematicamente impraticável. A dificuldade é intencional: ela torna a fraude cara e a honestidade, economicamente incentivada.


É por isso que o Bitcoin é resistente à censura e adulterações. Ele não depende de promessas. Ele depende de física, eletricidade e matemática.


Ao contrário das moedas tradicionais, o Bitcoin tem um fornecimento limitado: serão emitidos no máximo 21 milhões de unidades — e ninguém pode mudar isso. Não há botão de “imprimir mais” nem decreto emergencial capaz de inflar essa base monetária. A cada quatro anos, a recompensa dada aos mineradores que mantêm a rede é reduzida pela metade — evento conhecido como halving. Com isso, o Bitcoin se torna progressivamente mais escasso.


Mas não se engane: o Bitcoin não é só um “meio de pagamento” digital. Ele é, antes de tudo, um modelo monetário alternativo — um “ouro digital” programável, divisível, portátil e incorruptível. Uma ferramenta que combina escassez, soberania e verificabilidade — três atributos que nenhum governo pode oferecer simultaneamente com sua moeda fiduciária.


E é por isso que o Bitcoin incomoda. Porque ele quebra o monopólio do dinheiro.


CBDCs: moeda estatal 2.0


Enquanto o Bitcoin nasce da lógica da descentralização, da escassez e da desintermediação, as CBDCs — moedas digitais emitidas por bancos centrais — avançam na direção contrária. Elas mantêm o formato digital, mas com um detalhe fundamental: são controladas de cima para baixo. Pelo Estado.


Na prática, o que está sendo proposto em dezenas de países, inclusive no Brasil, é uma reedição do dinheiro sob vigilância. Um real digital — como o DREX, projeto em curso pelo Banco Central brasileiro — que promete "inovação", "acesso ampliado", "segurança jurídica". Mas que, no fundo, permite algo inédito: rastreabilidade total, programabilidade por parte de autoridades e possibilidade de censura financeira em tempo real.


Dinheiro programável não é, por si só, um problema. Pode ser útil em contratos inteligentes, pagamentos automáticos, gestão fiscal. A questão real é: quem programa o dinheiro? Quem define os critérios de validade, uso, rastreamento ou bloqueio?


No modelo das CBDCs, o controle é estatal e centralizado. Isso significa que um governo — qualquer que seja sua orientação ideológica — poderá:


  • travar valores de certas carteiras;

  • impedir o uso de recursos em categorias “proibidas”;

  • impor datas de vencimento para estímulo ao consumo;

  • excluir indivíduos ou empresas do sistema financeiro com um clique;

  • tornar “voluntárias” certas condutas por meio da lógica da recompensa automatizada.


Tudo isso é tecnicamente possível com uma CBDC — e nada disso é possível com Bitcoin.


O DREX brasileiro, ainda em fase de testes, já adota uma arquitetura programável com camadas de autorização e execução controladas por instituições financeiras. Na prática, isso significa que empresas e bancos definirão os critérios de uso dos tokens — enquanto o cidadão comum acessa o sistema apenas no fim da cadeia, como usuário. Nunca como soberano.


Do yuan digital ao euro tokenizado, o discurso institucional é padronizado: eficiência, inclusão, combate ao crime. Mas a consequência real é a consolidação de um novo regime financeiro, onde cada transação poderá ser analisada, condicionada ou revertida por quem detém o código.


A promessa é a mesma de sempre: é para o seu bem.


Mas toda tecnologia de controle nasce assim — até que alguém decide usá-la contra você.



Bitcoin vs sistema: o que está em jogo


Bitcoin não é perigoso porque facilita crimes — isso é argumento raso. Dinheiro em espécie também é usado em fraudes, corrupção e tráfico, e ninguém propôs banir o real ou o dólar por isso.

O real motivo do desconforto institucional com o Bitcoin é mais profundo: ele escapa do controle.


Não há autoridade monetária capaz de alterar seu código unilateralmente. Não há banco central que possa imprimir mais. Não há “FMI do Bitcoin”. Ele não pode ser censurado, confiscado por decreto, congelado por decisão judicial ou moldado às necessidades fiscais de governos endividados.


E o ponto mais sensível: ninguém precisa de permissão para usar. Com uma simples chave privada — um código alfanumérico que cabe num pedaço de papel ou pode ser memorizado — qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode enviar ou receber valor. Sem fronteiras. Sem intermediários. Sem KYC. Sem gatekeeper.


Isso fere em cheio a arquitetura atual do sistema financeiro global, baseada em vigilância, intermediação obrigatória e autoridade central. O modelo tradicional parte do princípio de que todo dinheiro precisa passar por instituições licenciadas, que por sua vez respondem a governos. No Bitcoin, não há essa instância de poder. Os nós da rede votam com código. E o consenso é distribuído, não imposto.


O que o sistema atual chama de “risco”, o Bitcoin chama de “liberdade”.


A autocustódia é o maior exemplo disso. No mundo das finanças convencionais, ninguém guarda o próprio dinheiro: ele está sob custódia de bancos, fintechs, corretoras ou emissores de cartão. No Bitcoin, você pode simplesmente tirar seus BTCs de uma corretora, armazená-los em uma carteira offline e tornar-se soberano. Sem contraparte. Sem risco de bloqueio.


E isso incomoda.


Porque em um mundo onde tudo é rastreável, categorizado e condicionado, o Bitcoin representa o último espaço monetário não capturado. Um território sem Estado. Sem autoridade. Sem compliance.


É por isso que o embate não é só econômico. É filosófico. É sobre poder.


Bitcoin na prática: quando a teoria encontra a urgência


Muito além dos debates ideológicos sobre descentralização, o Bitcoin já se tornou uma necessidade em países onde o dinheiro deixou de cumprir sua função básica: preservar valor. Argentina e África são dois exemplos simbólicos dessa urgência.


Na Argentina, a hiperinflação corroeu o poder de compra do peso, a poupança em dólar foi praticamente criminalizada e o sistema bancário perdeu qualquer vestígio de credibilidade. Resultado: milhões de pessoas passaram a usar criptomoedas para preservar capital, receber pagamentos do exterior ou simplesmente conseguir pagar contas sem depender do sistema tradicional.


E isso não se limita ao Bitcoin. Stablecoins como USDT e USDC, atreladas ao dólar, viraram o novo “colchão financeiro” da população. Do produtor rural que tokeniza soja para comprar insumos até freelancers que recebem em cripto para evitar conversão forçada ao peso, o sistema financeiro está sendo redesenhado — não por luxo, mas por necessidade.


Esse mesmo padrão se repete em vários países africanos. A Nigéria, por exemplo, lidera o continente em volume de negociações peer-to-peer e em interesse por criptoativos, com 66,8% de todas as buscas relacionadas a criptomoedas em 2023. Em países como Gana, Sudão e Zimbábue, onde a inflação ultrapassou 30%, 50% ou até 300% ao ano, o Bitcoin e stablecoins vêm sendo usados para proteger riqueza, realizar pagamentos e até evitar confiscos silenciosos.


Com sistemas bancários falhos, moedas locais em colapso e controles cambiais rígidos, criptomoedas vêm substituindo serviços como Western Union e MoneyGram em remessas internacionais, além de se tornarem alternativas de poupança acessíveis, especialmente entre os jovens. O crescimento do ecossistema cripto em países como Quênia, África do Sul e Marrocos ocorre apesar — ou por causa — da hostilidade regulatória.


O ponto central aqui é simples: o Bitcoin não substitui o dinheiro onde ele funciona. Mas vira refúgio quando ele falha.


E quando o Estado passa a ver esse refúgio como ameaça, não é a tecnologia que está em julgamento. É a soberania individual.



É tarde demais para voltar atrás?


O gênio já saiu da garrafa. E não vai voltar.


Em 15 anos de existência, o Bitcoin enfrentou de tudo: ataques de Estado, banimentos na China, proibições bancárias na Nigéria, bifurcações internas, pirâmides que usaram seu nome, manipulações de mercado, e uma cobertura midiática que oscilou entre o deboche e o alarmismo. Mesmo assim, sobreviveu. Cresceu. E segue operando com 99,99% de disponibilidade — sem CEO, sem empresa, sem sede.


Resumindo: nunca precisou ser salvo por ninguém — nem por nenhum banco central.


Essa resiliência é o que o torna perigoso para quem controla o sistema financeiro tradicional. Porque o Bitcoin não depende de confiança. Depende de código. E onde a confiança institucional está em crise, o código ganha força.


Mas se o gênio escapou, isso não significa que ele não será caçado.


Governos, bancos e empresas estão construindo um novo regime monetário baseado em rastreabilidade, crédito social e obediência automática. O dinheiro — que deveria ser neutro, fungível, privado — está sendo remodelado para se tornar uma ferramenta de vigilância e conformidade. Programável, vencível, restrito. Tudo em nome da "segurança", da "eficiência" ou da "inclusão".


E a sociedade, aos poucos, está sendo treinada para aceitar esse novo normal.

Pagamentos por aproximação. CPF na nota. Pix obrigatório. Limites para saque em dinheiro vivo. Notificações automáticas para movimentações “fora do padrão”. Um score que não é só de crédito, mas de comportamento.


O perigo não está no DREX, no yuan digital ou nas APIs de verificação. O perigo está em achar tudo isso normal. Em esquecer que o dinheiro, antes de ser um meio de pagamento, é um instrumento de autonomia.


A boa notícia é que o Bitcoin está aí. Funcionando. Silencioso. Disponível para quem quiser entender — antes que seja tarde demais para escolher.


Porque, se há algo pior do que não ter liberdade, é nem perceber que ela foi embora.


Liberdade não se pede — se exerce


Enquanto o mundo digitaliza o dinheiro para facilitar o controle, o Bitcoin permanece como o último bastião de soberania individual em uma era de obediência algorítmica.


Ele não promete milagres. Não garante estabilidade. Mas oferece algo que nenhum outro sistema monetário atual consegue entregar: independência.


Num cenário em que cada transação poderá ser monitorada, bloqueada ou reprogramada por quem detém a chave do sistema, a pergunta relevante já não é "quanto vale o Bitcoin?".


A pergunta real é: quanto vale não precisar pedir permissão para usar o seu próprio dinheiro?


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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