Bolão da Cadeia: quem vai ser o primeiro influenciador a cair?
- Fred Azevedo
- 28 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de jun.
O sistema precisa de um bode expiatório. E ele vai aparecer.
Não importa se a pessoa agiu com dolo, se operou com base legal ou se estava apenas fazendo publicidade. A engrenagem institucional, midiática e política está girando em direção a um desfecho público.
E esse desfecho vai exigir um nome. Um rosto. Um culpado.
O povo tem sede de sangue. E o sistema precisa oferecer um sacrifício.
A CPI das Bets não quer apenas investigar. Ela precisa entregar.
Com dezenas de nomes citados, requerimentos sendo aprovados em série e influenciadores sendo convocados sob a pecha de "sócios ocultos", a CPI das Bets já passou do estágio de coleta e entrou na fase do julgamento informal.
A opinião pública está moldada. A narrativa está pronta. Falta agora o desfecho.
A gente estima que até o fim do ano, alguém vai cair. A questão não é mais se, é quem.
E a lista não é curta.

Alguns dos maiores nomes de influenciador na mira
A menção aos nomes abaixo não implica culpa ou envolvimento direto em ilícitos. Trata-se de influenciadores que já foram citados em depoimentos, requerimentos parlamentares ou reportagens relacionadas à CPI das Bets.
Jon Vlogs (Luan Kovarik) – Criador da Jon.Bet, ex-parceiro da Blaze, convocado como investigado pela CPI. Ausente em depoimento, alvo de pedido de condução coercitiva.
Viih Tube – Participou de campanhas para a Blaze e aparece em materiais promocionais com chamadas emotivas. Ainda não convocada, mas já mencionada por parlamentares.
Mel Maia – Apareceu em vídeos promocionais da Blaze. Envolvimento foi criticado por associações civis.
Carlinhos Maia – Participou de campanhas promocionais ligadas ao setor, frequentemente citado em publicações de influenciadores e campanhas massivas de divulgação. Ainda não foi formalmente convocado, mas seu nome já circula nos bastidores da CPI.
Neymar Jr. – Estampou a Blaze em seus canais, é associado a um dos maiores contratos publicitários do setor.
Pablo Marçal – Influentador e político, envolvido com figuras próximas à promoção de plataformas.
Tirullipa – Convocado para a CPI. Tentou desvincular imagem da operação de influência, mas segue na mira.
Virginia Fonseca – Depôs na CPI. Disse não se arrepender de divulgar plataformas e alegou não ser responsável por perdas dos seguidores.
A lógica da espetacularização
Não é sobre justiça. É sobre espetáculo. A CPI das Bets tem funcionado como um tribunal público, onde o que menos importa é a estrutura legal dos contratos ou o cumprimento de obrigações fiscais.
O que se busca é o simbolismo: um rosto para dizer que o Senado agiu.
Na dúvida, basta escolher quem tem mais seguidor. Quem gera mais engajamento.
Quem pode servir de exemplo para "calar" o resto.
E é bom lembrar que isso já aconteceu antes. Em 2024, a Dra. Deolane Bezerra foi presa durante a Operação Integration, que investigava crimes ligados a casas de apostas.
A influenciadora e advogada ficou cinco dias detida, mesmo sem provas conclusivas divulgadas à época.
O caso foi altamente midiático: fotos, cartas abertas, comoção popular e narrativas montadas em torno da "justiça" sendo feita. Enquanto isso, os donos reais da operação Esportes da Sorte mal foram citados.
Ninguém viu pedido de prisão, condução coercitiva ou bloqueio patrimonial contra os grandes controladores.
A Doutora Deolane virou manchete por ser famosa. Eles, rodapé.
O mesmo padrão está se repetindo.
Certo ou errado, não importa mais
Há influenciadores que agiram com dolo. Há outros que sequer sabiam o que estavam divulgando.
Há quem tenha lucrado com as perdas dos seguidores e há quem apenas recebeu um fixo por campanha.
Mas esse debate já foi engolido pela histeria coletiva.
A CPI quer entregar resultado. E resultado, no Brasil, é sempre sinônimo de punição midiática.
Considerações finais: o próximo alvo já está em pauta
Não importa se você foi sócio, divulgador ou apenas figurante. A partir do momento em que seu rosto apareceu em um banner, você entrou na roleta da exposição.
O Senado está em busca de um nome. A imprensa está sedenta por manchete. E a opinião pública quer uma queda exemplar.
No final das contas, o Bolão da Cadeia não é um jogo. É uma estratégia de sobrevivência política.
Prepare-se para os próximos capitões.
O primeiro cartão vermelho está prestes a sair.
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