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Como jogadores tentam burlar KYC em casas de apostas

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 13 de mai.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de set.

Falhas nos sistemas de verificação facial colocam em risco a integridade da nova regulamentação brasileira



Mesmo após a regulamentação das apostas no Brasil, fraudes no processo de verificação de identidade continuam ocorrendo — e de formas cada vez mais sofisticadas. Jogadores têm recorrido a ferramentas como VPNs, navegadores que dificultam a detecção e até emuladores de celular para enganar os sistemas de KYC implementados por casas licenciadas.


Em alguns casos, o reconhecimento facial automatizado tem aprovado selfies de terceiros com aparência totalmente distinta do titular. Em outros, usuários simplesmente desconfiam do processo e acabam utilizando contas de familiares ou conhecidos para evitar enviar seus próprios dados.


O que deveria ser um pilar de segurança virou mais uma vulnerabilidade — explorada tanto por quem quer burlar o sistema quanto por quem só tenta jogar, mas não consegue passar pela verificação.


O que é o KYC e por que ele incomoda tanta gente?


O processo de verificação de identidade — conhecido como KYC, do inglês Know Your Customer — foi criado para proteger o sistema financeiro e garantir que apenas pessoas reais, maiores de idade e em conformidade com a lei possam operar em casas de apostas licenciadas.



Na teoria, é um mecanismo de segurança. Mas, na prática, ele se tornou uma barreira. E toda barreira digital acaba gerando uma corrida por maneiras de superá-la — nem sempre dentro dos limites permitidos.


Ferramentas tecnológicas desafiam o sistema


Nos últimos anos, alguns navegadores e plataformas ganharam notoriedade justamente por oferecerem recursos que dificultam a detecção de identidade digital. O nome mais citado é o Dolphin, um navegador com múltiplos perfis isolados, que permite operar com diferentes pegadas digitais.


Outras ferramentas com propostas semelhantes, como Multilogin, GoLogin e Incogniton, também circulam no universo online. Embora não tenham sido criadas para burlar regras de casas de apostas, é fato que sua tecnologia pode ser mal utilizada por quem tenta esconder ou mascarar sua identidade real.


O papel das VPNs na geolocalização


Outro recurso bastante difundido são as VPNs — redes privadas virtuais que alteram o IP de navegação. Com isso, o sistema da casa de apostas pode acreditar que o usuário está em outro país, outro estado ou simplesmente em uma nova rede.


Na prática, o uso de VPN não é ilegal, mas pode violar os termos de uso de algumas plataformas. A depender da política da casa, o uso indevido de VPN pode acarretar bloqueios ou encerramento de conta.


Ilustração de um laptop com símbolo de VPN conectado a um globo terrestre por um fio luminoso, representando alteração de geolocalização.
Imagem conceitual de uso de VPN para mascarar localização em acessos online.

Quando o sistema falha: o risco de falsos positivos no reconhecimento facial


Um dos pilares do KYC moderno é o reconhecimento facial. A ideia é simples: garantir que o rosto apresentado no momento do saque, por exemplo, seja compatível com os documentos enviados no cadastro.


Na teoria, parece seguro. Na prática, há brechas — e elas têm sido exploradas.

Casos relatados por jogadores indicam que alguns sistemas de verificação automatizada têm aceitado selfies de pessoas diferentes daquela que consta no cadastro, mesmo com diferenças visíveis de idade e gênero. Em situações assim, bastou a apresentação do rosto de um terceiro para que o saque fosse aprovado — sem que o sistema identificasse a inconsistência.


Outro ponto crítico é a simulação da biometria facial. Há registros do uso de emuladores de dispositivos móveis combinados com imagens estáticas ou vídeos manipulados. O processo consiste basicamente em "enganar" o algoritmo, simulando movimento e posição do rosto de forma artificial até que o sistema aceite.


Essas falhas não são apenas técnicas. Elas escancaram um problema maior: a dependência de sistemas automatizados pouco auditados, que tratam a identidade do jogador como um campo de validação binária — aceito ou rejeitado, sem espaço para verificação humana nos casos críticos.



“Pô, achei que era golpe”: quando o medo da verificação leva à burla


Em comunidades onde o acesso à documentação é limitado — ou onde a relação com instituições digitais é marcada pela desconfiança — o processo de KYC pode parecer mais uma ameaça do que uma garantia.


Para alguns jogadores, o pedido de documento e selfie não é visto como um passo de segurança, mas como algo suspeito.


“Vários não conseguiram jogar por causa desse negócio de ter que mandar documento. A galera achou estranho demais. Teve gente que falou que não ia colocar nada, que isso parecia golpe... que estavam querendo pegar dado. E olha que nem era gente mal-intencionada, era só gente querendo jogar mesmo.”

Esse tipo de percepção pode parecer exagerada, mas ela tem consequência direta: jogadores acabam optando por usar contas de terceiros, pegar dados emprestados ou até recorrer a perfis prontos, apenas para não precisarem expor suas próprias informações.


Ou seja: o medo do KYC não só afasta, como estimula justamente o comportamento que a verificação tenta evitar.


Por que jogadores ainda tentam burlar KYC em casas de apostas?


A exigência do KYC pelas casas de apostas está prevista na Lei nº 14.790/2023, que regulamenta a exploração de apostas de quota fixa no Brasil, e foi detalhada na Portaria SPA/MF nº 1.225/2024, que trata das obrigações de identificação e verificação dos usuários.


Segundo a norma, os operadores devem implementar tecnologia de identificação facial obrigatória, validação cruzada com bases públicas e privadas, além da manutenção de logs de verificação e procedimentos contínuos de monitoramento de comportamento.


No entanto, a legislação também deixa claro que é responsabilidade da operadora garantir a integridade do processo e a proteção dos dados dos usuários. E é justamente aí que o sistema tem falhado.


O que diz a lei sobre burlar o KYC?


A prática de burlar um processo de verificação de identidade pode configurar crime de falsidade ideológica, previsto no artigo 299 do Código Penal, quando há fornecimento ou uso intencional de informações falsas com o objetivo de obter vantagem ou esconder a verdadeira identidade.


Além disso, o uso de documentos ou dados de terceiros sem consentimento pode ser enquadrado como falsidade documental, uso de documento falso (art. 304) ou até mesmo fraude eletrônica, a depender do meio utilizado.


Esses delitos têm pena que pode variar de 1 a 5 anos de reclusão, podendo se agravar caso haja prejuízo financeiro envolvido, como em casos de saque indevido, múltiplos cadastros para obtenção de bônus ou movimentação com identidade falsa.


Para o operador que falha na validação, pode haver responsabilização administrativa pela omissão no cumprimento da legislação vigente, além de riscos regulatórios e perda de licença.


Reflexão: segurança sim, mas com equilíbrio


O desafio é real. Ao mesmo tempo em que o mercado regulado exige controles rigorosos, também é preciso garantir que o processo de verificação não afaste o usuário legítimo. O risco é simples: se a entrada legal se torna complexa demais, parte do público pode ser empurrada para plataformas não autorizadas — onde o KYC é inexistente.


Não se trata de relaxar as regras, mas de repensar a experiência do usuário dentro do modelo regulatório. Tornar o processo mais fluido, confiável e seguro beneficia não apenas o operador, mas principalmente o jogador.


Burlar o KYC em casas de apostas não é apenas uma questão técnica — é um sintoma de falhas estruturais que exigem mais do que sistemas automatizados para serem resolvidas.


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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