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Governo fatura com bets enquanto o mercado legal segue travado

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 12 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 7 dias

Mais de R$ 7 milhões por mês entram nos cofres públicos — mas o jogador continua preso num sistema disfuncional.


Dinheiro entra. Mas e o mercado?


Você piscou e o Ministério da Fazenda já engordou o cofre: foram R$ 21,4 milhões arrecadados nos três primeiros meses do ano. Só com a taxa de fiscalização das bets.


Janeiro rendeu R$ 6,8 milhões. Fevereiro, R$ 7,2 milhões. Março fechou com R$ 7,4 milhões.


E aí a gente pergunta: quantas operadoras nacionais estavam com tudo 100% operacional nesse período? Quantos apps você viu nas lojas? Quantas campanhas você notou rodando com a chancela da SPA?


A resposta é simples: quase nenhuma. Mas o imposto já caiu.



Custa caro entrar. Custa ainda mais operar.


Para quem não sabe, cada empresa que quer atuar legalmente no Brasil precisa pagar uma outorga de até R$ 30 milhões. Isso sem falar nos custos para manter estruturas, políticas de compliance, certificações, prevenção à lavagem de dinheiro e todo o resto.


E para quê tudo isso? Para ver seu aplicativo ser barrado pela Apple. Ignorado pela Google. E, em alguns casos, bloqueado por bancos — mesmo com tudo em dia.


Enquanto o governo fatura com bets mês após mês, quem tenta operar dentro da lei é travado de todos os lados. Já quem opera sem licença... voa baixo.


Ilustração moderna mostra pilha de moedas com valor “R$ 30 milhões” em frente ao mapa do Brasil, ao lado dos ícones bloqueados da Apple, Google e bancos — representando as barreiras enfrentadas pelas casas de apostas legalizadas.
Imagem mostra o contraste entre a cobrança de R$ 30 milhões e os bloqueios enfrentados por casas licenciadas, enquanto o governo fatura com bets.

A hipocrisia dos vetos: governo fatura com bets, mas loja fecha para quem paga — e abre para quem pirateia


As principais lojas de aplicativos continuam dificultando a vida de quem quer seguir as regras. A Play Store, por exemplo, aceita apenas apps de loteria da Caixa e corrida de cavalo. Já a Apple impõe uma série de barreiras que, na prática, travam a presença dos operadores licenciados.


E adivinha quem não encontra esse tipo de bloqueio?


Exato. Os sites clandestinos. Que oferecem bônus ilimitado, stream pirata, suporte no Telegram e promessas que nenhuma casa legalizada pode fazer.


A gente já detalhou essa contradição no artigo "Mercado apostas no Brasil: KYC, bônus proibido e censura estão afundando o setor", onde mostramos como o próprio sistema empurra o jogador para fora da legalidade.


O jogador percebe isso. E vai onde é mais simples. Mais direto. Menos travado.


Ah, mas a Embratur já recebeu sua parte…


No meio desse cenário esquisito, o Ministério do Turismo fez o primeiro repasse para a Embratur: R$ 40 milhões saíram da arrecadação das apostas e foram direto para agência que cuida da promoção do Brasil no exterior.


Bacana, né? Só que não se sabe bem o que a Embratur vai fazer com isso. Promover turismo com dinheiro de jogador? Patrocinar feiras na Europa enquanto operadora nacional não consegue nem subir um app?


A conta não fecha.


Apostadores brasileiros apostam pouco. Mas perdem muito.


Outro dado que escancara a realidade: segundo a Pay4Fun, 94% dos depósitos entre janeiro e fevereiro foram de até R$ 100. Apenas 1,4% ultrapassaram R$ 1.000.

O brasileiro aposta pouco. E mesmo assim, já está sentindo no bolso.


Porque não é o valor que importa. É o contexto. É o desemprego. O crédito caro. A pressão. O marketing agressivo das casas não autorizadas, que prometem mundos e fundos com um clique.


A parcela que sobra do salário, quando sobra, acaba indo para um sistema onde o retorno é improvável — e o risco, alto. A preocupação com endividamento é real. E urgente.


O problema não é arrecadar. É esquecer o resto.


O governo acertou ao criar regras. Mas está errando ao fingir que só cobrar já é regular.

O jogador precisa de app disponível, canal de suporte acessível, ferramentas de limite, bônus com regras claras, fiscalização ativa.


Se a prioridade é arrecadar primeiro e resolver o resto depois, o que temos não é regulação. É oportunismo.


E o pior: é o tipo de postura que fortalece o mercado paralelo. Porque se o licenciado vira refém da própria legalidade — e o ilegal nada de braçada — a concorrência deixa de ser justa. Vira piada.


Jogo responsável é coisa séria.


Apostar é uma escolha. Um entretenimento de risco — e para maiores de 18 anos. Se for jogar, jogue consciente. Estabeleça limites, conheça seus direitos, e nunca aposte mais do que pode perder.


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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