Governo cria grupo para combate à manipulação de resultados esportivos
- Fred Azevedo
- 9 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de set.
Sistema interministerial buscará fortalecer a integridade das competições no Brasil
O Governo Federal anunciou a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial voltado ao combate à manipulação de resultados esportivos, tema que tem ganhado peso com o crescimento das apostas de quota fixa no país.
A medida foi oficializada pela Portaria Interministerial nº 1/2025, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (9). O colegiado reunirá representantes dos Ministérios do Esporte, da Fazenda e da Justiça e Segurança Pública, além da Polícia Federal, com prazo inicial de 180 dias — prorrogável por igual período — para apresentar uma proposta de Política Nacional de Integridade Esportiva.

Estrutura do grupo
A coordenação ficará a cargo de Giovanni Rocco Neto, Secretário Nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico do Esporte. Ao seu lado, atuarão técnicos das secretarias de prêmios e apostas, segurança pública, justiça, consumidor e PF, num esforço conjunto para estruturar fluxos de denúncia, mecanismos de detecção e protocolos de investigação e punição.
De acordo com o governo, a primeira entrega concreta será um encontro técnico nacional no fim de setembro, com capacitação de 27 delegados das Polícias Civis e 27 delegados da Polícia Federal. A ideia é criar uma rede de especialistas preparada para enfrentar casos que frequentemente envolvem organizações criminosas transnacionais, lavagem de dinheiro e corrupção.
Compromisso oficial
“O grupo representa um marco na construção de medidas integradas de prevenção, fiscalização e enfrentamento a práticas ilícitas que ameaçam a credibilidade das competições e a proteção dos atletas”, afirmou Giovanni Rocco.
Já o ministro do Esporte, André Fufuca, ressaltou que o colegiado evitará sobreposição de instâncias e trabalhará alinhado às melhores práticas internacionais, sempre adaptadas à realidade brasileira.
Contexto global e desafio nacional
O Brasil recentemente aderiu à Convenção de Macolin, tratado internacional contra a manipulação de competições esportivas. A criação do grupo, portanto, busca dar lastro jurídico e operacional a esse compromisso.
O desafio, no entanto, vai além da boa intenção: é preciso que os mecanismos de investigação avancem na mesma velocidade da indústria de apostas — hoje marcada por forte presença de operadores ilegais e pela vulnerabilidade de atletas de categorias de base, muitas vezes alvos fáceis de aliciamento.
Reflexão editorial - Combate à manipulação de resultados esportivos
O combate à manipulação de resultados esportivos é, sem dúvida, um passo essencial para a credibilidade do esporte e para a confiança do jogador comum. Mas há um ponto incômodo: o Estado que agora promete blindar competições contra fraudes é o mesmo que, até hoje, pouco se mobilizou para enfrentar a pirataria e a lavagem de dinheiro que corroem o setor.
A portaria é um avanço institucional. Porém, sem recursos de inteligência tecnológica, bloqueios efetivos contra sites ilegais e transparência nos resultados das investigações, o risco é que esse Grupo de Trabalho vire apenas mais um comitê em Brasília — cheio de boas intenções, mas incapaz de entregar resultados concretos.
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