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Governo ataca bets nas redes sociais enquanto arrecada bilhões

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 9 de jul.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 11 de jul.


O governo federal protagonizou neste domingo (6) uma das contradições mais evidentes da gestão atual: enquanto busca desesperadamente a aprovação de uma MP que aumenta impostos das bets de 12% para 18%, usa suas redes sociais oficiais para demonizar o mesmo setor que se tornou uma das principais fontes de arrecadação do país.


"As bets faturam bilhões no Brasil, adoecem milhões de brasileiros e pagavam a mesma quantidade de imposto que os hospitais filantrópicos no nosso país: ZERO",

postou a conta oficial do governo no Instagram, Facebook e X, ignorando convenientemente que o setor já arrecadou bilhões desde janeiro de 2025.


A mensagem revela não apenas desconhecimento técnico sobre a própria política tributária, mas uma estratégia comunicacional perigosa: atacar publicamente o setor que você quer taxar mais.


É como morder a mão que te alimenta — e depois pedir mais comida.


Governo ataca bets nas redes sociais enquanto arrecada bilhões
Governo ataca bets nas redes sociais enquanto arrecada bilhões

A linha tênue entre arrecadação e demagogia


A postagem governamental afirma que o país "deixou de arrecadar mais de R$ 40 bilhões em tributos" no período pré-regulamentação.


O problema dessa narrativa é que ignora completamente a cronologia dos fatos e a realidade jurídica brasileira.


Como cobrar impostos de um setor que não tinha marco legal? Como regulamentar atividades que não existiam oficialmente?


A própria gestão atual demorou anos para regulamentar a Lei 14.790/23, que foi sancionada em dezembro de 2023 e só começou a valer efetivamente em janeiro de 2025.


Agora, com o setor funcionando, pagando impostos e gerando arrecadação bilionária, o governo critica o próprio sucesso regulatório. É como reclamar que a chuva molha depois de ter pedido para chover.


O comunicado ainda afirma que empresas "mandam PRATICAMENTE TODO O LUCRO para o exterior" — uma alegação que ignora os bilhões já recolhidos em impostos, as taxas de outorga de R$ 30 milhões por empresa, e os investimentos em tecnologia, marketing e parcerias locais.


Os números das bets que o governo prefere não mencionar


Enquanto as redes sociais oficiais falam em "adoecer milhões de brasileiros", os dados mostram outra realidade:


  • R$ 3 bilhões arrecadados nos primeiros cinco meses de 2025 — mais que setores tradicionais inteiros da economia brasileira.

  • 2 bilhões de acessos mensais em junho, segundo SimilarWeb, fazendo das bets o segundo maior destino da internet brasileira, superando YouTube.

  • 6,1 bilhões de visitas trimestrais apenas em plataformas licenciadas — sem contar o mercado informal que a regulamentação ajudou a combater.

  • Aumento de 40.000% na arrecadação comparado ao período pré-regulamentação — exatamente o que a lei pretendia alcançar.


Esses números sugerem que a regulamentação funcionou. O setor saiu da informalidade, passou a pagar impostos, e está gerando receita consistente para o governo. Por que atacar um modelo que está dando certo?


A contradição estratégica


A MP 1.262/24, publicada em 11 de junho, propõe elevar a tributação de 12% para 18% a partir de 1º de outubro. Simultaneamente, o governo usa comunicação oficial para deslegitimar o mesmo setor que quer taxar mais.


Essa estratégia revela duas possibilidades: ou existe desalinhamento interno entre equipes econômicas e de comunicação, ou o governo acredita que pode ter o melhor dos dois mundos — arrecadar bilhões enquanto culpa o setor pelos problemas sociais do país.


Ambas as hipóteses são problemáticas. A primeira sugere falta de coordenação. A segunda, má-fé política.


O que dizem os próprios envolvidos


As entidades do setor reagiram com manifesto técnico: "É injustificável — sob qualquer perspectiva técnica, econômica ou de política pública — a imposição de novos ônus tributários a um setor que já é extremamente onerado e contribui de forma expressiva e responsável para o país."


O manifesto ainda alerta para o risco real: "A adoção de medidas que comprometam a operação legal tende a provocar um efeito inverso ao desejado: o fortalecimento de plataformas clandestinas."


Esse ponto é crucial. Quando você torna a operação legal insustentável através de tributação confiscatória e ataques comunicacionais, o resultado é previsível: o mercado volta para a informalidade.


O risco da polarização desnecessária


O governo criou uma narrativa maniqueísta que pode prejudicar seus próprios objetivos fiscais. Ao transformar bets em "vilão social" enquanto depende da arrecadação do setor, cria-se um ambiente hostil que pode:


  • Reduzir investimentos: Empresas não investem em mercados onde são publicamente atacadas pelo próprio governo que as regula.

  • Aumentar custos operacionais: Compliance e licenciamento ficam mais caros quando o ambiente regulatório é instável.

  • Fortalecer o mercado informal: Plataformas ilegais não pagam impostos nem sofrem ataques governamentais.

  • Prejudicar a imagem internacional: Investidores globais observam como o Brasil trata setores regulamentados.



Considerações finais: coerência como política pública


Não dá para ter bilhões em arrecadação e reclamar do setor que gera essa receita. Não dá para regulamentar, licenciar, e depois atacar nas redes sociais.


Não dá para querer aumentar impostos de um setor que você trata publicamente como problema social.


O governo precisa decidir: as bets são um setor econômico legítimo que deve ser regulamentado e tributado de forma técnica, ou são um problema social que deve ser combatido?


Porque tentar as duas coisas ao mesmo tempo — arrecadar bilhões enquanto ataca publicamente — não é política pública. É oportunismo fiscal.


E oportunismo fiscal, historicamente, não constrói setores sustentáveis. Destrói fontes de arrecadação.


Se o objetivo é realmente aumentar os impostos para 18%, talvez fosse mais inteligente parar de atacar nas redes sociais o setor que você quer que continue pagando.


Afinal, ninguém gosta de pagar mais impostos para quem te chama de problema público.


Nota editorial


O Portal Fred Azevedo defende a consistência entre discurso e prática na formulação de políticas públicas. Quando um governo arrecada bilhões de reais de um setor regulamentado e, simultaneamente, o ataca publicamente nas redes sociais oficiais, isso não representa apenas incoerência comunicacional — é um precedente perigoso para qualquer atividade econômica no país.


Nossa posição é clara: setores que operam dentro da legalidade, pagam impostos e geram empregos merecem tratamento respeitoso das autoridades, independentemente de preferências políticas ou pressões populistas.


A regulamentação das apostas online foi um avanço civilizatório que trouxe transparência, arrecadação e proteção ao consumidor. Atacar esse modelo enquanto se beneficia dele é contraproducente e prejudica a credibilidade institucional.


Defendemos o jogador honesto e o mercado regulamentado. Não passamos pano para práticas abusivas, mas também não aceitamos que setores legítimos sejam tratados como bodes expiatórios para problemas sociais complexos que existem há décadas no Brasil.


A coerência não é apenas uma virtude política — é uma necessidade econômica. Investidores nacionais e internacionais observam como o país trata seus setores regulamentados.



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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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