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O verdadeiro dono das bets: quando o governo vira o maior sócio do jogo

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 30 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 11 de jul.

Todo mundo fala dos lucros das casas de apostas, dos patrocínios milionários, dos escândalos e da suposta influência sobre o comportamento dos brasileiros.


Mas tem um sócio silencioso que ninguém vê — e que sempre recebe sua parte antes mesmo do jogador saber se ganhou ou perdeu: o governo.


Com a regulamentação das apostas online no Brasil, o Estado deixou de ser mero fiscal e virou o maior beneficiário de todo o setor.


Um sócio que cobra o maior revshare de todos, sem risco, sem esforço, sem investimento — e ainda quer mais.


O maior revshare do mercado é estatal


Enquanto isso, você, jogador, está lá apostando e torcendo para acertar o resultado.


A casa está calculando odds, gerenciando risco, pagando fornecedores, investindo em tecnologia e arcando com todos os custos operacionais.


Mas quem leva a maior fatia de tudo isso? O governo.


No Brasil, uma casa de apostas legalizada entrega para o Estado:


  • 18% de GGR (receita líquida após pagamento de prêmios)

  • 9,25% de PIS/Cofins sobre o faturamento bruto

  • IRPJ e CSLL (~34%) sobre o lucro

  • ISS municipal entre 2% e 5%

  • 15% de IR sobre prêmios pagos ao jogador

  • Taxa de outorga de R$ 30 milhões por 5 anos


Na prática, mais de 40% da receita líquida vai direto para os cofres públicos. Isso sem contar os custos obrigatórios de compliance, auditoria, KYC e toda a burocracia regulatória que também sai do bolso da operadora.


O verdadeiro dono das bets: quando o governo vira o maior sócio do jogo
O verdadeiro dono das bets: quando o governo vira o maior sócio do jogo

A matemática que ninguém quer ver


Para ter uma ideia do tamanho dessa "sociedade", vamos comparar com outros setores. Se você tem um afiliado que recebe 30% de revshare, ele já é considerado premium no mercado.


O governo brasileiro recebe mais que isso — e sem fazer absolutamente nada pela operação.


O afiliado ainda precisa:

  • Produzir conteúdo

  • Atrair jogadores

  • Manter engagement

  • Assumir risco de performance


O governo só precisa existir. E cobrar.


De janeiro a maio de 2025, as apostas online já arrecadaram R$ 3,03 bilhões em tributos federais. Só em maio foram R$ 814 milhões — mais que setores inteiros da economia tradicional.


O sócio que impõe, não negocia


A diferença entre o governo e qualquer outro parceiro comercial é simples: você não pode negociar com ele. Não tem contrato. Não tem contrapartida. Não tem reciprocidade.


A operadora privada:

  • Paga outorga antecipada

  • Arca com toda infraestrutura

  • Assume riscos de mercado e liquidez

  • Investe em marketing e aquisição

  • Atende o jogador 24/7

  • E ainda garante a maior fatia para quem não participa de nada disso


Se fosse uma sociedade comercial, seria considerada abusiva. Como é o Estado, vira "política pública".



A fome insaciável por mais


Mesmo com essa arrecadação bilionária, o governo quer mais. A proposta da CIDE-Bets, que criaria mais um imposto de 15% sobre transferências para plataformas, é a prova de que o apetite estatal não tem limite.


Por que essa ganância toda? Simples: descobriram que as bets são uma mina de ouro. Ao contrário de outros setores que podem sonegar, fugir ou negociar, as apostas online são rastreáveis, auditáveis e impossíveis de esconder. É dinheiro garantido chegando todo mês.


O problema é que toda mina tem limite. E quando você extrai demais, muito rápido, ela colapsa.


Base legal: quando a lei das bets virar extorsão


A Lei 14.790/2023 criou o marco regulatório das apostas, mas na prática institucionalizou o maior esquema de "proteção" da história recente.


As operadoras pagam para operar legalmente, e em troca recebem... a permissão para pagar mais impostos.


A regulamentação deveria criar um ambiente seguro e competitivo. Em vez disso, criou um pedágio tão caro que muita gente prefere seguir na estrada de terra.


"É para o bem da sociedade"


O discurso oficial sempre é o mesmo: "os impostos são necessários para financiar políticas públicas e proteger a sociedade dos malefícios do jogo".


Bonito na teoria. Na prática, nenhum centavo da arrecadação das bets tem destinação específica para prevenção ao vício ou programas de jogo responsável.


Vai tudo para o caixa geral — que pode ser usado para qualquer coisa, de emendas parlamentares a obras superfaturadas.


A ironia é que países com tributação mais equilibrada, como Malta e Reino Unido, conseguem arrecadar valores proporcionalmente maiores porque mantêm um mercado saudável e competitivo. Aqui, a estratégia é sugar até não poder mais.


O sócio que mata a galinha dos ovos de ouro


A equação é simples: se o custo de operar legalmente for maior que o risco de operar ilegalmente, o capital migra.


E quando isso acontecer — quando casas começarem a sair do Brasil, quando patrocínios sumirem, quando empregos forem cortados — a culpa não será do mercado.


Será do Estado que se comportou como agiota fiscal.


O governo descobriu que é fácil ser sócio majoritário das bets. Difícil vai ser explicar por que matou o setor que mais crescia na economia brasileira.


Se querem arrecadar com estabilidade, que parem de agir como se estivessem ganhando sozinhos no jackpot. Porque no fim das contas, quando a casa quebra, todo mundo perde — menos quem já saiu com o dinheiro no bolso.


As apostas envolvem risco e podem causar dependência. Se você tem dificuldades para controlar seus jogos, procure ajuda especializada.


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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