Cassinos piratas não estão pagando jogadores — e os blogueiros ameaçam com greve
- Fred Azevedo

- 20 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de set.
Plataformas ilegais acumulam denúncias de retenção de saldo, sumiço de prêmios e calotes em jogadores comuns. Diante da pressão do público, blogueiros que promoveram essas casas falam em greve.
O que começou como um sussurro entre grupos de jogadores se tornou um barulho impossível de ignorar: diversos cassinos piratas deixaram de pagar os prêmios. Não é atraso. É retenção deliberada. É calote puro.
Jogadores relatam que, ao tentar sacar, são surpreendidos com mensagens vagas, regras não divulgadas, verificação infinita ou simplesmente silêncio. E o problema não está restrito a um único site — é uma onda sistêmica entre plataformas não licenciadas, que operam sem prestar contas a nenhuma autoridade.
Nos grupos, o desespero é visível. Tem quem perdeu tudo no momento do saque. Tem quem viu o saldo sumir depois de cumprir rollover. Tem quem simplesmente nunca recebeu o bônus prometido. E tem também quem decidiu cobrar — não só a casa, mas quem a promoveu.

Influenciadores pressionados: a reputação em jogo
O caos nos cassinos piratas começou a respingar forte em seus principais promotores: os influenciadores digitais. Muitos prometeram que as plataformas eram “confiáveis”, que bastava “seguir o método” para sacar sem problemas. Agora, são cobrados publicamente por seguidores frustrados, que não têm para onde correr.
A revolta dos jogadores virou uma bomba-relógio nas mãos dos criadores de conteúdo. E, em muitos casos, a reação tem sido apagar vídeos, bloquear comentários e fingir que nada está acontecendo. Outros, pressionados, ensaiam um distanciamento tímido das marcas que até ontem ostentavam com orgulho.
Mas não adianta: o estrago está feito. A imagem dos blogueiros que agora falam em greve está diretamente atrelada ao comportamento das casas que ajudaram a divulgar. Quando o cassino some com o dinheiro, o rosto do golpe passa a ser o da pessoa que recomendou a plataforma.
Legalizadas seguem regras. Piratas fazem o que querem.
A diferença entre uma operadora legalizada e uma pirata vai muito além da licença. As casas autorizadas pelo Ministério da Fazenda são obrigadas a ter sede no Brasil, canais de atendimento estruturados, políticas de Jogo Responsável, sistemas de auditoria e regras claras de saque e depósito.
As piratas não seguem nenhuma dessas exigências. Operam no anonimato, sem transparência, sem controle e sem obrigação de responder a ninguém. Quando bloqueiam um saque, simplesmente desaparecem. E o jogador fica sem qualquer mecanismo de defesa.
Agora, com a atualização da Lei nº 14.790/2023, a linha ficou ainda mais clara: é crime fazer propaganda ou manter qualquer vínculo com essas empresas.
MP 1303 endurece punição para quem divulga ilegais
A Lei nº 14.790/2023, recentemente atualizada por Medida Provisória nº 1303, deixou explícita a proibição da publicidade de sites ilegais — e ampliou a responsabilidade sobre todos os envolvidos:
Art. 21, parágrafo único, incisos I a III: proíbe qualquer tipo de relacionamento, direto ou indireto, com empresas sem autorização, inclusive exigindo procedimentos internos de compliance e compartilhamento de dados com a SPA/MF.
Art. 40, inciso III: criminaliza qualquer forma de publicidade — física ou virtual — feita para sites não autorizados.
Art. 17, §6º: obriga provedores de internet e redes sociais a manter canal direto com o órgão regulador para remoção imediata de conteúdo infrator.
Art. 39, incisos VII a IX: considera infração toda forma de conivência com fraude, omissão de regras, interferência no resultado ou propaganda ilegal.
Ou seja, quem promove um cassino pirata está legalmente em risco. E, com a jurisprudência se formando, os influenciadores que continuam fingindo que “não sabiam” podem ser os primeiros a sofrer as consequências.
Contraponto: sem CNPJ, sem ouvidoria, sem resposta
A equipe do portal analisou relatos enviados por jogadores em redes sociais e grupos de Telegram voltados à divulgação de cassinos piratas. Em todos os casos, o padrão se repete: saldos desaparecem, bônus são cortados sem explicação e os pedidos de saque são simplesmente ignorados.
Nenhuma dessas plataformas oferece suporte real. Os supostos atendimentos são automatizados, quando existem. E como essas casas não têm sede conhecida, CNPJ no Brasil nem qualquer vínculo com a SPA/MF, não há para quem reclamar.
O que essas operações têm em comum? Somem quando os valores ficam altos. E quem indicou, muitas vezes, vira alvo da frustração. Influenciadores admitem que estão sendo pressionados por seguidores — alguns já “pegando ranço” publicamente por causa dos calotes.
Mas, mesmo com tudo isso, as casas seguem no ar — impunes, promovidas e lucrando.
A fatura chegou para todos
Por muito tempo, a desculpa foi a mesma: “se pagar, está tudo certo”. Mas agora nem isso está garantido. E o que sobra é um mercado paralelo desmoronando em praça pública.
Jogador que perdeu dinheiro em site pirata não tem a quem recorrer. Criador que indicou a plataforma agora paga com a própria credibilidade. E o Estado, mesmo atrasado, começa a agir — não com discursos, mas com tipificações legais que tornam essas parcerias um risco real.
A pergunta que fica: vale a pena seguir fingindo que é só conteúdo, quando o conteúdo leva direto para o calote?
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