Haddad quer cassinos presenciais, mas insiste em demonizar as bets
- Fred Azevedo
- 1 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: há 8 horas
Fernando Haddad voltou à cena para defender a legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho. Mas, ao mesmo tempo, insiste em tratar o mercado online como um inimigo público. O ministro da Fazenda pinta o físico como “turístico e restrito” e o digital como “vício de massa”. O resultado? Um discurso seletivo, incoerente e que escancara a hipocrisia do governo na condução do setor de jogos.

O que disse Haddad
Em entrevista ao Canal Livre (Band), o ministro criticou o Congresso por ter aprovado primeiro as apostas virtuais e não os cassinos presenciais.
“O jogo presencial não é de massa. As massas não entram nos cassinos. É algo para turistas em lugares específicos”, afirmou.
Haddad defendeu a abertura de resorts-cassino em pontos estratégicos como Foz do Iguaçu, Manaus e Rio de Janeiro, reforçando a ideia de que o Brasil tem “vocação turística”.
O contraste: demonização do online
O curioso é que o mesmo ministro, em entrevistas recentes, chegou a falar que “apertaria o botão do parar” para os cassinos online, como se a simples existência do setor fosse uma ameaça à saúde pública.
Ou seja: quando se trata do presencial, o jogo vira “complemento turístico” e “atrativo cultural”. Quando se trata do digital, passa a ser “vício de massa” e “porta para o crime organizado”.
A incoerência regulatória
Essa diferença de tratamento não é apenas retórica. O governo:
Criou uma das estruturas tributárias mais pesadas do mundo para as bets (30% sobre GGR + IR + ISS + encargos).
Não aplicou bloqueios sérios contra sites piratas.
Permitiu que influenciadores seguissem promovendo plataformas ilegais sem qualquer sanção.
Agora, enquanto sinaliza abertura para cassinos físicos, insiste em colocar o mercado digital regulado na categoria de vilão.
O turismo como desculpa
É claro que cassinos podem ser motores de desenvolvimento turístico. Las Vegas, Macau e Lisboa são exemplos. Mas usar o turismo como justificativa para blindar o presencial, ao mesmo tempo em que se reprime o online, soa como estratégia política: criar um setor de elite, restrito, “para inglês ver”, e manter o virtual na corda bamba.
Reflexão editorial: cassinos para ricos, repressão para o povo
O que Haddad defende, na prática, é um modelo em que o turista estrangeiro tem direito ao cassino cinco estrelas, enquanto o jogador brasileiro que aposta R$ 50 online é tratado como ameaça à saúde pública.
A contradição é evidente: o mesmo Estado que arrecadou bilhões com as bets agora finge surpresa com os efeitos colaterais do seu próprio modelo tributário e seletivo de fiscalização.
Se a prioridade fosse proteger o jogador, a pauta seria clara: combater o mercado ilegal, garantir regras justas e equilibrar físico e digital. Mas o discurso do ministro mostra outra realidade: o governo prefere vender cassinos como cartão-postal do turismo e usar as bets como bode expiatório.
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