Jon Vlogs falta à CPI das Bets
- Fred Azevedo

- 27 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de set.
A ausência de Luan Kovarik, o influenciador conhecido como Jon Vlogs, na sessão da CPI das Apostas desta terça-feira (27), não passou despercebida.
Convocado na condição de investigado por seu envolvimento com plataformas de apostas como Blaze e Jon.Bet, Jon não compareceu ao depoimento, gerando reações duras por parte dos senadores e um pedido de condução coercitiva já protocolado pela comissão.
A situação reacende uma discussão crucial: até que ponto figuras públicas com grande influência digital podem operar na fronteira da legalidade sem prestar contas?
A convocação: da propaganda à suspeita
A CPI das Bets já havia aprovado a convocação de Jon Vlogs com base em requerimento da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que justificou a medida citando a "relevância" do influenciador no mercado de apostas e seu suposto papel como articulador de campanhas massivas para casas de apostas, como a Blaze.
Jon Vlogs não apenas promoveu a Blaze: ele também lançou sua própria casa de apostas, a Jon.Bet, que já reúne centenas de milhares de usuários.
A comissão investiga se há vínculo societário entre ele e outras operadoras, especialmente em torno da suspeita de que Jon seria um "sócio oculto" da Blaze, operando em nome próprio e em nome de terceiros.
O silêncio de Jon Vlogs como estratégia
Jon Vlogs ainda não apresentou justificativa pública para sua ausência.
Segundo a relatora da CPI, Soraya Thronicke, sua convocação era essencial para esclarecer a estrutura comercial da Jon.Bet, sua relação com contratos publicitários e a eventual participação em lucros provenientes de perdas de jogadores.
A ausência foi classificada pelo presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RO), como "um ato de desprezo" à comissão. O Senado avalia agora medidas jurídicas, incluindo a possibilidade de condução coercitiva.

A tese: impunidade digital e blindagem de influência
O caso Jon Vlogs é simbólico. Ele representa uma geração de influenciadores que acumulam audiência, poder econômico e influência política — mas que, quando confrontados por estruturas institucionais, muitas vezes recorrem ao silêncio, à ausência ou ao marketing como escudo.
Jon não é o único. Outros influenciadores também relutam em depor, mesmo quando convocados.
A justificativa recorrente é o desconhecimento técnico ou a alegação de que apenas "divulgaram" plataformas. No entanto, a linha entre divulgação e coautoria se torna cada vez mais tênue quando há participação direta nos lucros e envolvimento na criação de plataformas.
O que diz a defesa informal de Jon
Até o momento, Jon Vlogs não se pronunciou oficialmente sobre a ausência.
No entanto, fontes próximas ao influenciador indicam que sua estratégia seria aguardar o desenvolvimento das investigações para se manifestar.
A equipe jurídica dele nega vínculo societário com a Blaze e afirma que a Jon.Bet opera de forma independente, com sede e servidores no exterior.
O influenciador também já declarou publicamente, em entrevistas anteriores, que não é responsável por "enganar" usuários e que seu papel é apenas "promocional".
Segundo ele, as casas são as responsáveis pela operação técnica e pela definição dos termos.
Implicações legais: onde está o limite?
A ausência de Jon pode ter consequências jurídicas. Caso se confirme a relação societária oculta com a Blaze, ele pode responder por:
Crimes contra a economia popular (Lei 1.521/1951);
Contravenção penal (Decreto-Lei 3.688/1941);
Lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998);
Publicidade enganosa e infrações ao Código de Defesa do Consumidor.
Além disso, a CPI apura se há evasão fiscal ou movimentações financeiras não declaradas entre influenciadores e casas de apostas, o que pode abrir caminho para ações da Receita Federal e do Ministério Público.
Considerações finais: o jogo da influência
A não ida de Jon Vlogs à CPI não é um detalhe.
É um gesto que simboliza a tensão entre o marketing digital desregulado e a tentativa — ainda frágil — de institucionalização das apostas no Brasil.
Enquanto influenciadores ostentam lucros e seguidores, o Senado tenta entender como bilhões circulam sem transparência, sem regulação e, por vezes, sem consequência.
O Portal Fred Azevedo continuará acompanhando os desdobramentos. Porque no universo das apostas, o jogador precisa de regras claras — e o influenciador, de responsabilidade proporcional ao poder que exerce.
Nota editorial
Esta matéria foi produzida com base em documentos oficiais da CPI das Apostas, reportagens de veículos como Globo, Itatiaia e declarações públicas de parlamentares.
O influenciador Jon Vlogs foi citado na condição de investigado, e sua equipe jurídica pode enviar manifestação oficial ao Portal Fred Azevedo para atualização do conteúdo, conforme os princípios editoriais do portal.
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