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Luan Kovarik o "Jon Vlogs" na CPI das Bets

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • há 5 dias
  • 6 min de leitura

Atualizado: há 7 horas

Luan Kovarik, mais conhecido como Jon Vlogs, é o novo nome que deve movimentar os bastidores da CPI das Apostas no Senado Federal.


Criador da casa de apostas Jon.Bet, ex-garoto-propaganda da Blaze e conhecido pelo seu estilo de vida luxuoso, o influenciador de 24 anos foi formalmente convocado para depor na comissão.


A convocação, publicada em 15 de maio de 2025, destaca que ele deve explicar seu envolvimento direto com o mercado de apostas e os contratos de divulgação que firmou com plataformas suspeitas.


Imagem meramente ilustrativa
Luan Kovarik, mais conhecido como Jon Vlogs, é o novo nome que deve movimentar os bastidores da CPI das Apostas no Senado Federal. Imagem meramente ilustrativa

De youtuber adolescente a empresário das bets


Jon Vlogs começou sua trajetória digital ainda na adolescência, documentando sua rotina como estudante nos Estados Unidos.


Com o tempo, migrou para o universo dos conteúdos "IRL" (In Real Life), mesclando transmissões ao vivo, lifestyle ostentação e, mais recentemente, negócios no setor de apostas.


Com mais de 16 milhões de seguidores somando Instagram, YouTube e Twitch, Luan Kovarik é hoje um influenciador de peso. Só em 2021, sua agência de marketing Hypebud teria movimentado mais de R$ 100 milhões.


Ele também é dono da CIENALAB, marca de roupas de estilo streetwear. Em suas redes sociais, ostenta viagens internacionais, jatinhos particulares, festas de luxo e parcerias com celebridades de primeira linha.


Mas foi com as apostas que Jon atingiu seu maior grau de exposição e, talvez, de risco.


Blaze, polêmicas e a criação da Jon.Bet


Em 2023, Jon foi o principal articulador da campanha de marketing da Blaze no Brasil.


Consta que foi ele o responsável por intermediar a participação de celebridades como Neymar, Felipe Neto, Viih Tube e Mel Maia nas campanhas da casa de apostas.


A polêmica ganhou força após denúncias veiculadas por Daniel Penin e pelo programa Fantástico, da TV Globo, que acusavam a Blaze de operar sob esquema lesivo aos jogadores, onde influenciadores lucrariam com as perdas dos usuários.


As denúncias indicavam a existência de mecanismos de manipulação de resultados, com algoritmos que favoreciam perdas constantes e aumentavam a receita da plataforma.


Nesse modelo, quanto mais os jogadores perdiam, mais os influenciadores ganhavam, já que recebiam comissões baseadas na perda líquida dos usuários. Isso gerou uma onda de indignação pública e investigação institucional.


Na esteira do escândalo, Jon tentou se desvincular e lançou sua própria plataforma: a Jon.Bet. Em menos de 24 horas, a plataforma já somava 60 mil cadastros.


Atualmente, conta com quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais e presença ativa entre streamers e criadores de conteúdo. A Jon.Bet opera com foco em apostas esportivas e jogos rápidos, e promove lives com premiações em tempo real.


Convocação formal e clima de CPI


Segundo consta no site oficial do Senado, a convocação de Luan Kovarik – Jon Vlogs – foi aprovada para depoimento na CPI das Apostas (CPI das Bets), sob justificativa de esclarecer sua atuação como influenciador digital diretamente ligado à promoção e gestão de casas de apostas.


A decisão foi aprovada com base na apresentação de requerimento pelos senadores membros da comissão.


O documento afirma que, por ter sido "um dos principais articuladores de campanhas de marketing para casas de apostas que operam à margem da legislação brasileira", sua oitiva é essencial para compreender as conexões comerciais, jurídicas e digitais entre influenciadores, plataformas e o mercado paralelo.


A expectativa é que o depoimento ocorra nas próximas semanas, junto às oitivas de outras personalidades.


Jon Vlogs pode ir preso?


Tecnicamente, Jon Vlogs não é acusado de crime até o momento.


Sua convocação tem caráter de testemunha. No entanto, se ficar constatado que sua atuação ultrapassou os limites da divulgação e configurou gestão direta de plataforma sem autorização legal, ele poderá ser enquadrado por crimes contra a ordem econômica, lavagem de dinheiro, contravenção penal e outros.


Entre os artigos que poderiam ser considerados, estão:


O ponto mais sensível está na relação entre os ganhos obtidos pelos influenciadores e as perdas sistemáticas dos jogadores.


Se houver provas de que a Jon.Bet ou a Blaze operavam com scripts manipulativos, ou que as celebridades tinham acesso a informações privilegiadas, o risco penal aumenta consideravelmente.


Além disso, o uso da imagem de personalidades como Neymar e Felipe Neto, sem clareza sobre os termos contratuais, pode levantar suspeitas sobre associação indevida de marca, coautoria indireta ou conivência com eventuais práticas abusivas.


Relações perigosas e tentativas de institucionalização


Jon Vlogs também está envolvido em conversas sobre patrocínio ao Cruzeiro, time que recentemente teve sua SAF adquirida por Pedro Lourenço.


Ele é amigo pessoal de João Pedro Fernandes, filho do novo dono do clube. Em uma live recente, Jon afirmou que deseja estampar sua marca no uniforme da equipe mineira.


A proposta de patrocínio não foi oficializada, mas gerou desconforto entre conselheiros e parte da imprensa esportiva, que questionam o envolvimento direto de uma plataforma de apostas recém-criada e já mencionada em processos investigativos federais.


Ao tentar migrar de influenciador para empresário institucional, Jon enfrenta o desafio de limpar sua reputação diante de uma CPI que, apesar das limitações, vem ganhando tração política e cobertura midiática constante.


O sistema de comissões e o risco jurídico


O modelo de monetização adotado por plataformas como Blaze e Jon.Bet costuma envolver comissões sobre as perdas dos jogadores, e não sobre os depósitos.


Isso significa que quanto mais o jogador perde, mais a casa (e seus divulgadores) ganham. Esse tipo de estrutura, embora comum no mercado offshore, pode ser considerada abusiva à luz do Código de Defesa do Consumidor e da nova Lei nº 14.790/2023.


Especialistas em direito digital e regulação financeira alertam para a necessidade de transparência nesses contratos, inclusive com identificação clara de vínculos comerciais. Muitos influenciadores não informam que são sócios ou beneficiários diretos das perdas dos jogadores.


No caso de Jon Vlogs, a ausência de disclaimers adequados e a recorrência de transmissões com chamadas como "jogue aqui para mudar de vida" podem ser interpretadas como publicidade enganosa, sujeita à responsabilização civil, administrativa e criminal.



O papel da CPI e o impacto no mercado


A CPI das Bets surgiu inicialmente como resposta a denúncias de jogadores lesados por casas de apostas que operam sem licença brasileira. Com o tempo, ganhou força política e passou a ser usada como palco para discussão mais ampla sobre regulação, influência digital e financiamento ilícito.


A convocação de figuras como Jon Vlogs representa uma tentativa de vincular influenciadores milionários a um mercado que, até então, funcionava à margem da fiscalização pública.


A comissão também pretende rastrear os fluxos financeiros, verificar se há indícios de evasão fiscal, associação criminosa ou patrocínio indireto de atividades ilícitas.


A CPI, no entanto, não tem poder de condenação. Seu papel é investigativo e indicativo.


Os relatórios finais podem ser encaminhados ao Ministério Público, Receita Federal e Polícia Federal, que por sua vez decidem se instauram inquéritos ou processos judiciais.


Considerações finais: entre o palco e o plenário


A presença de Jon Vlogs na CPI das Bets é mais do que um depoimento. É o encontro entre o Brasil digital e o Brasil institucional.


De um lado, a cultura da monetização agressiva, dos milhões em visualizações e da falta de freios éticos. De outro, um Congresso tentando entender como o entretenimento se transformou em uma engrenagem de um sistema bilionário — e muitas vezes ilegal.


Jon ainda pode sair dessa situação com sua imagem preservada. Mas, para isso, terá que oferecer mais do que carisma. Terá que apresentar provas, contratos, termos de uso e uma estrutura jurídica sólida o bastante para convencer os senadores de que sua atuação, por mais polêmica, foi legal.


Do contrário, a linha entre criador de conteúdo e operador de sistema será borrada — e o jogo, dessa vez, pode não terminar em vitória para o influenciador.



Fonte: Dados apurados a partir de reportagem da Itatiaia, O Globo e registros oficiais da CPI das Apostas no Senado Federal.


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