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Enquanto o governo aposta no retrocesso, loterias estaduais avançam com inovação

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 19 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 23 de jun.

Loterias Estaduais mostram que é possível unir jogo responsável, tecnologia e governança — mesmo com Brasília patinando na implementação da nova lei.


Na contramão da morosidade federal, as loterias estaduais estão tomando a dianteira na construção de um mercado de apostas mais responsável, moderno e integrado. Basta acompanhar os últimos movimentos de duas das principais autarquias do setor: Lottopar, no Paraná, e Loterj, no Rio de Janeiro.


Enquanto o governo federal ainda tenta consolidar sua estrutura de fiscalização e regulamentação — entre portarias fragmentadas e escassez de ferramentas efetivas —, os estados já se organizam para implantar o Sistema Nacional de Apostas (SINAPO), iniciativa prevista na Lei nº 14.790/2023 que prevê uma plataforma unificada para promover governança, compliance e proteção ao consumidor.


SINAPO sai do papel — pelos estados


Na última semana, a Lottopar participou de uma reunião estratégica na Secretaria de Prêmios e Apostas, em Brasília, ao lado de representantes de 12 estados brasileiros. O objetivo foi discutir a estruturação do SINAPO, que deverá conter:


  • uma base nacional para o sistema de autoexclusão (válida em todo o território brasileiro);

  • diretrizes de compliance e prevenção à lavagem de dinheiro;

  • lista pública de operadores autorizados;

  • e integração de dados entre União e entes federativos.


O encontro evidenciou o protagonismo da Lottopar, que já implementou diversos dos critérios considerados obrigatórios para adesão: sua página de autoexclusão tem efeito em até 24h; a política de PLD está formalizada na Portaria nº 028/2025; e o selo de operador autorizado nos sites garante transparência ao jogador.


Reunião dos representantes de doze estados brasileiros na Secretaria de Prêmios e Apostas, em Brasília (Foto: Diogo Zacarias – MF)
Reunião dos representantes de doze estados brasileiros na Secretaria de Prêmios e Apostas, em Brasília (Foto: Diogo Zacarias – MF)

Seminário internacional reforça responsabilidade


Mas não é só no campo técnico que o Paraná avança. A Lottopar também será anfitriã do seminário internacional “Jogo Seguro, Responsável e Sustentável em Loterias”, organizado em parceria com a Cibelae e a World Lottery Association (WLA). Com temas que vão de inteligência artificial a publicidade ética, o evento reunirá presidentes de loterias e órgãos reguladores de mais de 30 países — incluindo nomes como Andreas Kötter (WLA) e Regis Dudena (SPA/MF).


É uma agenda moderna, global e consciente. Com foco em ESG, certificações, combate ao jogo ilegal e design responsável de produtos, o seminário em Foz do Iguaçu já se anuncia como um divisor de águas institucional.


Seminário Internacional que ocorrerá em Foz do Iguaçu
Seminário Internacional que ocorrerá em Foz do Iguaçu

Loterj busca aproximação com o Banco Central


Enquanto o Paraná organiza o debate internacional, o Rio de Janeiro fortalece o diálogo nacional. A LOTERJ, liderada por Hazenclever Lopes Cançado, esteve nesta semana em reunião com dirigentes do Banco Central para discutir a modernização do setor, o alinhamento regulatório e possíveis avanços nas operações financeiras das loterias estaduais.


É uma articulação estratégica. Em um momento em que se discute integração entre plataformas de pagamento, bloqueios de sites irregulares e mecanismos de proteção ao jogador, a aproximação com o BC indica uma postura institucional séria e construtiva — bem diferente da omissão que se vê em outras esferas.


O presidente da LOTERJ, Hazenclever Lopes Cançado discutiu o ambiente regulatório e a modernização do setor lotérico no estado do Rio de Janeiro. A vice-presidente da Loterj, Fabíola Esteves, e a advogada Nacibe Cade acompanharam o presidente na agenda institucional
O presidente da LOTERJ, Hazenclever Lopes Cançado discutiu o ambiente regulatório e a modernização do setor lotérico no estado do Rio de Janeiro. A vice-presidente da Loterj, Fabíola Esteves, e a advogada Nacibe Cade acompanharam o presidente na agenda institucional

Enquanto isso, no governo federal...


Na esfera federal, os avanços são mais lentos — e frequentemente contraditórios. A Secretaria de Prêmios e Apostas lançou uma série de portarias com exigências complexas, mas enfrenta dificuldades para fiscalizar o mercado, coibir sites ilegais e garantir efetividade às regras aprovadas.


Faltam integrações, sobram burocracias. O sistema de autoexclusão nacional ainda não está implementado. Ferramentas de rastreamento de operadoras irregulares operam em silêncio. E, em meio a tudo isso, a ausência de diálogo com os estados se tornou regra — com exceções pontuais, como as lideradas por Lottopar e Loterj.



A base legal já existe. O que falta é vontade


A Lei nº 14.790/2023 é clara: ela autoriza a exploração de apostas de quota fixa, impõe requisitos rigorosos de governança e exige mecanismos de proteção ao jogador. Mas o espírito da lei só se concretiza quando há vontade política e ação coordenada — o que os estados, neste momento, demonstram ter mais que o governo central.


A Portaria SPA/MF nº 1.231/2024, por exemplo, já exige políticas efetivas de jogo responsável. A nº 722/2024 trata da certificação das plataformas. A 1.225/2024 estabelece diretrizes de fiscalização. Mas onde está o sistema funcionando? Nos papéis ou nos portais estaduais?


Reflexão final


O SINAPO pode ser o marco da integração — ou mais um projeto travado por egos e ineficiência institucional. Se depender da Lottopar, da Loterj e das loterias que encaram o jogo com seriedade, o Brasil ainda pode construir um modelo que una inovação, responsabilidade e segurança.


A pergunta que fica é: por que a União não lidera esse movimento com a mesma coragem?


Nota Editorial


Este artigo integra a cobertura crítica e independente do Portal Fred Azevedo. As informações são baseadas em matérias publicadas no BNLData, portarias oficiais e documentos públicos. A linha editorial do portal apoia iniciativas de jogo responsável e combate à ilegalidade, com ênfase na defesa do jogador comum. Fonte:



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