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Flávio Dino trava julgamento virtual e leva suspensão das loterias municipais para o plenário físico do STF

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • há 43 minutos
  • 4 min de leitura

Enquanto Brasília segue ocupada em demonizar apostas e buscar mais impostos, o movimento que realmente importa acontece nos bastidores do Supremo.


Na madrugada desta quinta-feira (5), o STF começou a analisar — ainda em sessão virtual — a suspensão das legislações municipais que criaram loterias próprias e autorizaram bets locais. Mas o jogo virou rápido: um pedido de destaque do ministro Flávio Dino interrompeu tudo e arrastou o caso para o plenário presencial.


A disputa, que parecia técnica, ganhou temperatura política.


Flávio Dino pediu destaque e julgamento será transferido para sessão presencial (Foto: STF)
Flávio Dino pediu destaque e julgamento será transferido para sessão presencial (Foto: STF)

O início do julgamento: uma sessão virtual que não chegou ao fim


O caso chegou ao Supremo por meio da ADPF 1.212, apresentada pelo Solidariedade, que denunciou a proliferação de loterias municipais pelo país. A crítica é simples: mesmo após a Lei 13.756/2018, que estruturou o regime das apostas de quota fixa, vários municípios seguiram criando suas próprias loterias, autorizando operações e cedendo exploração para empresas — muitas delas fora do radar da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA/MF).


Diante disso, o ministro Nunes Marques concedeu liminar suspendendo todas as leis e decretos municipais relacionados a loterias e apostas esportivas. Mais: mandou parar imediatamente as operações já em andamento e congelou novos credenciamentos.


O voto dele — mantendo integralmente sua própria liminar — já estava lançado na sessão virtual extraordinária marcada entre 5 e 6 de dezembro, autorizada por Edson Fachin devido à “excepcionalidade do caso”.


Mas o julgamento não avançou.


O pedido de destaque de Flávio Dino: o freio que muda o tabuleiro


Assim que Dino pediu destaque, o julgamento virtual morreu ali.Pelo regimento do STF, basta um ministro acionar esse mecanismo para a análise sair do eletrônico e ir para o plenário físico — onde tudo recomeça do zero.


Os votos já registrados desaparecem.O caso volta para a pauta presencial.E a liminar continua valendo.


Esse gesto costuma ser usado quando há temas complexos, impactos amplos ou necessidade de debate público entre os ministros. Na prática, Dino sinaliza que o assunto merece holofotes — e não um julgamento silencioso no sistema virtual.


E por que isso importa?Porque estamos diante de uma disputa federativa que afeta arrecadação, modelos de negócio e o próprio mapa da regulação das apostas no país.


Enquanto o Ministério da Fazenda tenta empurrar o setor para um trilho cada vez mais centralizado, municípios viram uma brecha e correram para montar arranjos próprios.


Era questão de tempo até o STF ser provocado a definir limites.



A liminar de Nunes Marques: parar tudo, em todo o país


A decisão inicial do ministro é dura.Suspende:

  • todas as leis e decretos municipais sobre loterias;

  • todas as operações lotéricas e de apostas autorizadas por municípios;

  • todos os processos de credenciamento já em curso.


E ainda fixa multas pesadas:

  • R$ 500 mil por dia para municípios e empresas que insistirem em operar;

  • R$ 50 mil por dia para prefeitos e dirigentes que mantiverem a atividade.


Nunes Marques fundamenta que:

  1. A Lei 13.756/2018 concentra fiscalização e estrutura regulatória na União.

  2. Estados e Distrito Federal podem explorar loterias, mas municípios não.

  3. A proliferação municipal cria um ambiente “difuso e pulverizado” que fragiliza a fiscalização federal e dificulta padronização de regras, publicidade e proteção ao consumidor.


Juridicamente, a tese é conhecida: municípios não têm competência para legislar sobre consórcios e sorteios. Politicamente, o momento é sensível — o setor de apostas vive pressão pública e avanço regulatório, e qualquer movimento atípico vira munição para a disputa entre esferas de poder.


Loterias Municipais: O que realmente está em jogo


Por trás do embate jurídico, há uma disputa muito mais ampla:

  • Receita: municípios viram nas loterias um caminho para arrecadar sem depender da União.

  • Controle regulatório: o Ministério da Fazenda teme perder o domínio sobre um setor bilionário.

  • Modelo de país: a União quer centralização; municípios testam autonomia.

  • Mercado: empresas habilitadas nacionalmente enfrentam concorrência de operações “locais” menos fiscalizadas.


Enquanto isso, o jogador — aquele que joga dentro das regras, paga impostos e espera proteção — vira espectador de mais um capítulo da novela federativa brasileira.


É irônico: quando municípios tentam se aproximar do setor, Brasília acusa excessos. Mas quando empresas sérias pedem previsibilidade, o mesmo governo empurra o setor para a incerteza.


No meio desse choque, o mercado ilegal segue crescendo sem ser incomodado.



O que vem agora: plenário presencial e novo embate político


Com o pedido de destaque de Dino, tudo recomeça.O processo será pautado para o plenário físico — com sustentações orais, debate entre ministros e voto a voto.


E aí teremos três cenários:

  1. A liminar é mantida integralmente → municípios seguem proibidos.

  2. A liminar é modulada → pode surgir uma regra intermediária, restringindo excessos sem matar tudo.

  3. A liminar cai → abre-se caminho para novas disputas políticas e para um possível movimento legislativo no Congresso.


Qualquer que seja a rota, o tema não morre aqui.


Reflexão editorial: quando um freio pode ser avanço


No momento em que o Ministério da Fazenda tenta enquadrar o setor a qualquer custo — e frequentemente o faz sem ouvir os jogadores, operadores e especialistas — ver o STF puxar o tema para debate presencial não é só protocolo.


É um sinal de que a Corte reconhece que a discussão é maior que um clique no sistema virtual.


E essa é a ironia que poucos admitem:Enquanto o governo federal tenta pintar o setor como problema e empilha impostos, outros atores institucionais começam a agir com racionalidade — buscando clareza, limites e coordenação.


A suspensão das loterias municipais pode até ser vista como um revés para alguns. Mas o julgamento no plenário físico abre espaço para algo que o setor precisa urgentemente: debate sério, público, transparente.


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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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