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A CPI das Bets desanda e Soraya sente o peso do roteiro que ajudou a escrever

  • Foto do escritor: Fred Azevedo
    Fred Azevedo
  • 4 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de set.


A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI das Bets, desabafou. Em conversa relatada pela coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, a parlamentar afirma estar “sozinha” na condução dos trabalhos da comissão e critica a postura do presidente da CPI, senador Dr. Hiran.


Ela alega que há sabotagem deliberada para esvaziar o quórum e impedir o avanço das investigações sobre crimes de lavagem de dinheiro e estelionato.


O que Soraya parece ignorar — ou prefere esquecer — é que foi justamente a condução midiática, simbólica e politizada da CPI que abriu espaço para essa crise.


Uma comissão que começou dando palco a influenciadores, tirando selfie com celebridade investigada e transformando sessões em espetáculo digital, agora colhe o que plantou: superficialidade, desvio de foco e paralisia institucional.


A CPI das Bets desanda e Soraya sente o peso do roteiro que ajudou a escrever
A CPI das Bets desanda e Soraya sente o peso do roteiro que ajudou a escrever

A CPI desmoralizada desde a selfie


Como já destacamos no artigo "A selfie que desmoraliza a CPI", a imagem do senador Cleitinho posando ao lado de Virgínia Fonseca em plena oitiva já sintetizava o problema: uma comissão mais preocupada com o engajamento do que com os autos.


A sessão com Virgínia foi conduzida como se fosse um evento de mídia — não um momento de apuração. E mais grave: despreparada e com foco em influenciadores enquanto os responsáveis pelas plataformas continuavam ausentes.


Celebridades convocadas, operadores ignorados


Em "Jon Vlogs na CPI das Bets", analisamos a convocação do influenciador e criador da Jon.Bet. Apontado como “peça-chave” da campanha da Blaze no Brasil, Jon faltou à sessão e agora está sob ameaça de condução coercitiva.


Mas até hoje, não há convocação direta dos donos das plataformas, dos controladores financeiros, dos diretores de compliance. A CPI se especializou em mirar no influenciador — e ignorar o sistema.


E isso se repete com o caso do padre Patrick, também citado por Soraya como exemplo de perda de tempo. Ela reclama: “O padre poderia ter sido ouvido em audiência pública. A gente não precisaria usar um dia de CPI para fazer isso”.


Mas o que a relatora não diz é que ela própria reforçou o foco simbólico da comissão em suas fases iniciais. O nosso artigo "A CPI das Bets virou refém de si mesma" já alertava: ao transformar a CPI em palco de marketing moral, o inquérito perdeu sua potência como ferramenta jurídica.



Soraya sente o esvaziamento — mas foi parte dele


Agora, a senadora desabafa dizendo que está com o “prazo estourando” e que precisa ouvir “gente que está lavando dinheiro”. Reclama da ausência de quórum, da falta de compromisso dos colegas, da condução errática de Dr. Hiran, e de suposta interferência política de Ciro Nogueira.


Mas Soraya não é apenas vítima. Ela também foi roteirista dessa novela. Defendeu pautas que atraíram holofotes mas esvaziaram tecnicidade. Deu voz a influenciadores e, em alguns momentos, escolheu o caminho da manchete — não da diligência.


Seu desabafo tem razão? Tem. A CPI foi sabotada. Mas a sabotagem não veio só de fora. Veio da falta de foco estrutural desde o início dos trabalhos.


O que deveria estar no centro: crime financeiro, lavagem, evasão


Ao se afastar da investigação dos fluxos financeiros, das operações entre casas piratas e carteiras de pagamento, das estruturas de lavagem e ocultação de valores, a CPI optou por um inimigo simbólico: o influenciador.


O marketing vendeu. Mas não explicou.


E agora, quando o prazo corre, quando o país precisa de respostas sérias, o palco está vazio. Os controladores seguem protegidos. A estrutura permanece opaca. E a comissão vira notícia por intrigas internas — não por resultados.



Conclusão: sem foco, sem força, sem futuro


A CPI das Bets pode — e deve — investigar lavagem de dinheiro, manipulação de resultados, financiamento ilegal e dano social causado por plataformas ilegais.


Mas para isso, precisa parar de mirar no rosto famoso e começar a seguir o rastro do dinheiro.


Se a relatora agora quer virar o jogo, que o faça com a humildade de reconhecer os erros da comissão — inclusive os seus. Ainda há tempo de convocar o que importa.


E, pra isso, também será preciso romper com o roteiro que a própria CPI ajudou a escrever.


A opinião pública não precisa de novo bode expiatório. Precisa de resultados.

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© 2025 por Frederico de Azevedo Aranha

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